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Dois irmãos vão concorrer a cargos majoritários no Paraná na eleição deste ano: o senador Alvaro Dias (Podemos) é pré-candidato à Presidência da República e o ex-senador Osmar Dias (PDT) deve se lançar ao governo do Estado. Apesar da relação de parentesco, os irmãos Dias são conhecidos por não compor alianças nem palanques.
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Neste ano não deve ser diferente: apesar de Osmar declarar publicamente que vai apoiar o irmão, mesmo tendo o PDT um pré-candidato à Presidência - Ciro Gomes -, a recíproca não é verdadeira. Em lançamento da pré-candidatura à Presidência, na semana passada, em Curitiba, Alvaro não declarou apoio a nenhum pré-candidato do Paraná e disse que sua campanha no Estado terá uma "união suprapartidária".
Procurado, Alvaro Dias evitou falar sobre alianças partidárias no Paraná. "Estamos aguardando o momento para definição em relação à eleição estadual. Tenho pedido um tempo para que nós possamos acomodar o nosso projeto nacional em primeiro lugar. Depois, nós vamos proceder em relação à eleição estadual", afirmou em nota enviada por sua assessoria.
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Na semana passada, parte dos integrantes do Podemos no Estado, liderados pelo vice-presidente Elizeu Chociai, chegou a declarar apoio a Ratinho Júnior, pré-candidato do PSD ao governo. Em seguida, o presidente da legenda paranaense, o prefeito de Pato Branco, Augustinho Zucchi, desautorizou o vice. "Quem falou aquilo não falou pelo partido", disse à reportagem, afirmando que a posição do Podemos só será formada em convenção da executiva estadual.
O choque de interesses políticos não é novo na família Dias. Historicamente, eles evitam se enfrentar diretamente, seja para vagas em cargos no Executivo ou no Legislativo - quando um é candidato, o outro não é. Em 2010, por exemplo, Osmar só decidiu se lançar ao governo no último dia do prazo, quando o irmão, na época do PSDB, foi preterido para concorrer ao cargo e também para ser vice-presidente na chapa de José Serra.
Alvaro, por sua vez, decidiu manter distância naquele ano da campanha eleitoral do Paraná, já que o irmão formou chapa com PT e PMDB. Osmar chegou a atuar na gestão do irmão, entre 1987 e 1991. O afastamento, afirmam pessoas próximas, ficou evidente quando Osmar se candidatou ao governo em 2006 e em 2010 - foi derrotado nas duas.
À reportagem, Osmar ressaltou sua história política ao lado do irmão, mas admitiu que nem sempre eles pensam igual. "Isso é comum em todos os casos de irmão na política. Temos os mesmos valores, mas não quer dizer que a gente pense igual em tudo." Ele reafirmou o apoio ao irmão e disse que não vai "reclamar" se ele não retribuir. "Se ele achar que o prejudica no projeto nacional, tem meu apoio para tomar a decisão que quiser." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.