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Imagens de crianças separadas do pais, presas por grades ou deitadas em colchões no chão, ou relatos de choros e desespero, inclusive de meninos e meninas brasileiros, vem causando indignação mundial e severas críticas à política migratória de "tolerância zero" dos Estados Unidos. Quem chega à fronteira norte-americana sem vistos ou permissão de entrada, está sendo detido e separado da família.
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Desde abril, o governo de Donald Trump determinou que todo adulto flagrado tentando atravessar a fronteira ilegalmente deve ser criminalmente processado. Além disso, deve ser levado a um centro federal de detenção de imigrantes enquanto espera audiência com juiz de imigração.
Não há nada, em papel, sobre a separação das famílias, mas as crianças não podem ser mantidas nos chamados centros de detenção, que são como presídios. Números oficiais contabilizam que 1.995 meninos e meninas foram separados de 1.940 pais ou tutores que os acompanhavam. Apenas entre os dias 19 de abril e 31 de maio.
Separadas dos pais, elas são tratadas pelo governo Trump como "crianças imigrantes desacompanhadas" e encaminhadas a abrigos do governo. Elas não recebem quaisquer informações sobre os pais ou responsáveis.
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A política anterior era de imigrantes sem autorização de entrada poderiam pedir refúgio, caso alegassem medo de morar no próprio país. O procedimento para garantia do refúgio poderia implicar em prisão, caso, entre outros fatores, não houvesse vaga disponível nos chamados centros de detenção. Em caso de negativa, na audiência preliminar já realizada na fronteira, a família toda poderia ser deportada imediatamente.
Em entrevista concedida à CNN, Doris Meissner, diretor do programa de política imigratória dos EUA do Instituto de Política Migratória, disse que na administração de George Bush (2001 - 2009), em 2005, uma grande operação foi criada no estado do Texas, criminalizando imigrantes. A ação continuou durante os anos de Barack Obama (2009-2017), mas "poucas crianças foram separadas das famílias nas gestões anteriores, como resultado do processo criminal dos pais", contou.
A separação leva manifestantes às ruas do país. Em Los Angeles, um protesto tomou a frente da prefeitura. Congressistas democratas são duros com o governo Trump: "Eles chamam isso de 'tolerância zero', mas seria mais correto chamar de 'humanidade zero', e não há lógica para esta política", declarou o senador Jeff Merkley, conforme citado pelo G1.
Trump tem usado até a primeira-dama Melania Trump para defender-se. Em recente entrevista, ela disse que o presidente "detesta" ver famílias separadas. E pede que os democratas no Congresso. Trump quer aprovação para construir muro na fronteira com o México.Os Democratas querem resolver a situação dos dreamers (crianças que entraram ilegalmente no país). E está criado o impasse. O voto de dois pontos do projeto de lei está marcado para esta quinta-feira (21).