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As declarações de Maduro foram feitas ontem (28) ao instalar três grupos de trabalho que envolvem representantes do governo e de setores privados para atuar nos estados de Aragua, Monagas e Zulia, nos quais estão sendo discutidas medidas que o presidente venezuelano chama de "segunda parte da ofensiva econômica”, destinada a vencer a crise na economia, a superar o modelo dependente da renda petroleira e a impulsionar um novo modelo econômico produtivo no país.
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Segundo Maduro, os problemas econômicos “atrasam o desenvolvimento venezuelano”, e por isso o governo está trabalhando para dar uma resposta à crise, refletida na inflação de 10,1% acumulada no primeiro trimestre deste ano. A alta inflação e desabastecimento de produtos foram alguns dos fatores que motivaram os protestos iniciados em fevereiro, que deixaram 41 mortos e mais de 700 feridos.
O presidente disse que o objetivo é impulsionar o desenvolvimento econômico, garantindo o abastecimento de bens e serviços, mas também mantendo os preços regulados. “Precisamos fazer um novo mapa das forças produtivas. A Venezuela tem todas as condições naturais, humanas, financeiras, energéticas, culturais e educativas para assumir um plano de desenvolvimento e transformar-se em uma potência produtiva e econômica”, expressou.
Uma das principais queixas de setores opositores é a falta de investimento e de apoio do governo à indústria do país. Economistas que apoiam o governo e os que são contrários às políticas econômicas implementadas até o momento concordam que o governo precisa investir no setor produtivo para sair da crise.
Maduro adiantou que o plano terá 11 motores produtivos nas áreas de petróleo, petroquímica, construção, indústria, agropecuária, agroindústria, turismo, têxtil, mineração, manufatura e comunicações. “Tudo isso para assentar as bases da nova economia socialista produtiva”, disse.
O governo ainda não detalhou o plano, mas ele disse que serão criados fundos de recursos para ajudar as empresas que apoiarem o governo na ofensiva. Ele disse que haverá um fundo chinês, o Fundo Nacional para o Desenvolvimento Nacional (Fonden) e os fundos Alba [Aliança Bolivariana] e Mercosul.
Quanto ao avanço nos diálogos com opositores, Maduro disse estar otimista, mas afirmou que não vai acatar o pedido de libertação dos estudantes e políticos presos após a onda de protestos iniciados em fevereiro. A oposição havia pedido anistia para os estudantes detidos em protestos iniciados em 12 de fevereiro, assim como a libertação de prefeitos e políticos opositores, como Leopoldo López, do partido Vontade Popular.
"Creio profundamente no diálogo para resolver os problemas do país, mas não em uma agenda de um grupo ou cúpula”, falou. E ponderou: “Não se pode relacionar o diálogo ao pedido dos integrantes da Mesa da Unidade Democrática [aliança de partidos opositores] para aplicar a lei da anistia.
*Com informações da Agência Lusa e Agência Venezuelana de Notícias (AVN)