© REUTERS
Depois de sofrerem queda acentuada nos primeiros meses do governo de Donald Trump, as apreensões de imigrantes ilegais na fronteira dos Estados Unidos voltaram a subir há cerca de um ano - e atingiram os níveis de 2016 nos últimos dois meses.
PUB
Em maio, cerca de 40 mil estrangeiros foram detidos pela Patrulha da Fronteira na divisa com o México. É mais que o dobro do número de apreensões de um ano atrás, quando elas não ultrapassavam 14 mil.
No mês seguinte à posse do republicano, as apreensões caíram de 31 mil para 18 mil. E continuaram em queda durante a edição do decreto que proibiu a entrada de cidadãos oriundos de países de maioria muçulmana - contestado na Justiça.
+ Preso, brasileiro está separado há 26 dias do filho de 9 anos nos EUA
Foi a trajetória ascendente dessa curva, a partir de meados do ano passado, que estimulou a administração a pôr em marcha, há dois meses, a política de "tolerância zero" contra a travessia ilegal da fronteira.
"Nós estamos de olho. Não vamos cruzar os braços e assistir à exploração de nossas leis", declarou o porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tyler Houlton, ao comentar em abril a alta. De acordo com a nova regra, todos os casos de travessia ilegal seriam processados criminalmente, diferentemente da orientação longeva do governo americano de lidar com os casos apenas nas cortes de imigração.
"O objetivo é acabar com a ilegalidade em nosso sistema de imigração", afirmou, na época, o secretário de Justiça, Jeff Sessions. Essa diretriz acabou levando à separação de centenas de crianças de seus pais. Ao atravessarem a fronteira com os guardiões, elas também são detidas e, na sequência, encaminhadas a abrigos do governo.
+ Funcionário pede demissão após separar irmãos brasileiros em abrigo
Por lei, os menores não podem ficar em prisões federais, para onde são enviados os adultos. No último mês, 9.485 pessoas foram detidas tentando atravessar a fronteira em família. O número engloba pais, guardiões e menores que estivessem juntos no momento da travessia. Com informações da Folhapres.