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Às vésperas das eleições presidenciais do próximo domingo (24), o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, garantiu nesta sexta-feira (22) que a votação decidirá o caminho do país "para o próximo século".
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Em um momento crucial para a nação, entre perigosas turbulências financeiras e fortes tensões com a União Europeia, quase 60 milhões de eleitores estão convocados a escolher o próximo chefe de Estado do país e a nova formação do Parlamento.
As eleições ocorrerão com quase um ano e meio de antecedência, graças a uma manobra de Erdogan para reforçar sua cruzada contra os curdos na Síria e conter a instabilidade econômica. Segundo a maior parte das pesquisas, o presidente flutua ao redor da maioria absoluta necessária para evitar um segundo turno, hipótese que teria gosto de derrota para Erdogan.
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Caso as urnas não definam um novo presidente no domingo, uma segunda votação acontecerá duas semanas depois. O principal candidato de oposição é Muharrem Ince, do Partido Republicano do Povo (CHP), que aparece com 30% nas sondagens e com tendência de crescimento.
O curdo Selahattin Demirtas, preso há um ano e meio por apoiar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado uma organização terrorista por Ancara, aparece com 10%. Em um possível segundo turno, Erdogan partiria como favorito, ainda que seus adversários prometam se unir para derrotá-lo.
O presidente, no entanto, se beneficia de um pesado aparato estatal que o fez aparecer por 181 horas durante a campanha na TV pública da Turquia, contra 16 horas de Ince e 32 minutos de Demirtas. Além disso, o país, recordista mundial de jornalistas na cadeia, chega às urnas sob estado de emergência, o que limita a liberdade de expressão.
O fator curdo também pode ser crucial na votação parlamentar: se o Partido Democrático do Povo (HDP) superar a cláusula de barreira de 10%, o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), de Erdogan, que aparece em coalizão com outra legenda nacionalista, poderia perder a maioria absoluta no Parlamento. No novo sistema político da Turquia, o presidente não precisa do voto de confiança, mas perder a maioria parlamentar poderia limitar suas ações.
As eleições serão supervisionadas por oito organismos internacionais, incluindo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), mas dois observadores, um alemão e outro sueco, foram excluídos por Ancara, que os considerou pró-curdos. Com informações da ANSA.