© Tatyana Makeyeva/Reuters
Lionel Messi já teve aniversários mais tranquilos. O atacante argentino completa 31 anos neste domingo (24) com a seleção argentina no olho do furacão. Resgatada da quase eliminação pela Nigéria, a equipe vive uma crise interna em que até a autoridade do técnico Jorge Sampaoli é colocada em questão.
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Na noite deste sábado (23, pelo horário russo), o presidente da AFA (Associação Argentina de Futebol), Claudio Tapia, conversou com o treinador. Disse que havia uma boataria muito grande sobre uma possível mudança na comissão técnica, mas que nada aconteceria. Sampaoli dirigiria o time até o final da participação na Copa do Mundo.
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Esta pode ser na terça-feira (26). A Argentina enfrenta os nigerianos em São Petersburgo sabendo que se não vencer, estará eliminada. Vai torcer também contra a Islândia, que pega a líder Croácia. Se os islandeses também ganharem, a decisão do segundo lugar na chave será pelo saldo de gols.
Com uma apatia tão grande que chama a atenção de colegas de elenco, integrantes da comissão técnica e funcionários da AFA, Messi terá uma festa privada com os demais jogadores no centro de treinamento de Bronnitsi (55 km de Moscou), onde a delegação está hospedada. O alarme soou com o comportamento do atacante após perder o pênalti no empate com a Islândia, na primeira rodada. Ensimesmado e calado o tempo inteiro, ele se tornou fechado demais até para alguém conhecido pela timidez.
Quando a Nigéria ajudou a causa argentina ao vencer a Islândia, parecia que a nuvem negra poderia ser dissipada. Em uma reunião convocada nesta sexta, Tapia e Mascherano falaram ao elenco que era preciso aproveitar a chance e recomeçar a campanha no Mundial. Com a classificação para as oitavas, tudo seria possível.
Apesar de ser o capitão, Lionel Messi não disse nada.
Áudios atribuídos a ex-jogadores da seleção dizem que os atletas tomaram o poder na seleção e que Sampaoli se tornou uma figura decorativa. A AFA nega que isso seja verdade.
Mas segundo um assessor de Tapia, há descontentamento de alguns jogadores com Sampaoli. As reclamações são que ele não apresenta convicções, muda de ideia a todo momento sobre escalações e sistemas de jogo. Fez Cristian Pavón acreditar que seria titular contra a Croácia e o deixou no banco de reservas. O meia-atacante só entrou quando a Argentina estava em desvantagem no placar. Fez toda a preparação do time para jogar com Lo Celso ao lado de Mascherano no meio-campo. Trocou de opinião na última hora, escalou Biglia na estreia e Lo Celso, um jogador que o técnico não cansava de elogiar, não jogou nenhum minuto ainda na Rússia.
Rojo e Di María não gostaram também da maneira que foram sacados da equipe, sem explicações quanto aos motivos. Sentiram que foram bodes expiatórios do empate. Mas nada irritou tanto parte do grupo quanto usar em um jogo decisivo contra a Croácia um sistema de jogo novo, que havia sido treinado apenas três vezes.
Apesar das reclamações, Tapia não viu nenhum sentido em mudar o comando da seleção a três dias de a Argentina decidir seu futuro no Mundial.
"Durante o Mundial vou completar 31 anos, ainda não decidi o que vou fazer. Preciso pensar", disse Messi antes do torneio, sem se comprometer a participar do torneio no Qatar, em 2022. Como a competição acontecerá no final do ano, o argentino chegaria com 35 anos.
Sampaoli mostrou fé que este seria o que ele definiu como "a Copa do Mundo de Lionel Messi". E o craque acreditou tanto no discurso que foi o fiador da contratação do treinador para dirigir a seleção. Não esperava que a comemoração do seu aniversário fosse em um clima tão conturbado e com a classificação do time na fase de grupos correndo sério risco. Com informações da Folhapress.