PGR: julgamento de crime contra civil por militar é inconstitucional

A ação, que pode resultar na perda de eficácia da lei, será julgada pelo Supremo Tribunal Federal

© José Cruz/Agência Brasil

Brasil parecer 26/06/18 POR Folhapress

A Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer de inconstitucionalidade da lei 13.491/17, que passa à Justiça Militar a atribuição de julgar integrantes das Forças Armadas que tenham cometido crimes dolosos contra civis. A ação, que pode resultar na perda de eficácia da lei, será julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Ainda não há data para o julgamento.

PUB

Sancionada pelo presidente Michel Temer (MDB) em outubro, a lei causou polêmica por ocorrer em meio a um aumento da participação militar na manutenção da segurança, notadamente no estado do Rio de Janeiro com os decretos GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e a intervenção federal.

Na prática, a lei estabelece que militares que tenham matados civis durante operações das Forças Armadas sejam julgados pela Justiça Militar, não por tribunais do júri na Justiça comum. A ação de inconstitucionalidade foi ajuizada pelo PSOL, que considerou a lei uma afronta injustificada ao princípio de igualdade.

+ Entidades de direitos humanos e polícia discutem ações na Maré

"O caráter da atividade define-se pelo que ela é, e não por quem a exerce", diz o pedido. "A independência dos órgãos de investigação é fator fundamental para que se evite a impunidade." No aval à ação assinado pela procuradora-geral Raquel Dodge, a PGR afirma que a lei institui espécie de foro privilegiado. "Quando o militar de uma das Forças atua em comunidade para a garantia da lei e da ordem (como tem ocorrido no estado do Rio de Janeiro), ali exerce o papel da segurança pública estadual, e não atividade tipicamente militar."

Assemelha-se, portanto "aos militares estaduais que a exercem ordinariamente" - policiais militares são julgados pelo Tribunal do Júri. O parecer da PGR é do dia 1º e foi encaminhado ao ministro Gilmar Mendes nesta segunda-feira (25). Antes da aprovação, a PGR já havia emitido nota técnica contrária ao projeto, ainda na gestão do ex-procurador-geral Rodrigo Janot. À época, a Procuradoria-Geral afirmou que, por não ter autonomia em relação às Forças Armadas, a Justiça Militar "não pode ser reconhecida como isenta para processar atos graves que foram praticados por militares contra civis".

A entidade de direitos humanos Anistia Internacional também tinha se manifestado contra. Órgãos de classe como o Exército, o STM (Superior Tribunal Militar) e a PGJM (Procuradoria Geral da Justiça Militar) comemoraram a aprovação do projeto, que se justifica sob o argumento de dar mais celeridade a julgamentos desta espécie. Então ministro da Defesa, o atual ministro da Segurança Raul Jungmann articulou pela aprovação do projeto. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 15 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 7 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 15 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 15 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 13 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 13 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

brasil São Paulo Há 15 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

esporte Indefinição Há 15 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

fama Documentário Há 7 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama LUAN-SANTANA Há 15 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento