Prefeitura de SP quer limitar número de músicos na Avenida Paulista

A medida servirá para reduzir os atritos entre músicos e moradores e para organizar as apresentações, que muitas vezes se misturam

© Reprodução/Youtube

Brasil Apresentação 26/06/18 POR Estadao Conteudo

Com público cada vez maior, as apresentações de músicos na Avenida Paulista estão prestes a passar por nova regulamentação. A Prefeitura deve restringir o número de pontos na avenida em que os artistas podem se apresentar e pedir cadastramento prévio deles. A medida servirá para reduzir os atritos entre músicos e moradores e para organizar as apresentações, que muitas vezes se misturam.

PUB

"É uma demanda que vem deles (os músicos) também", afirma o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, que vai submeter a proposta ao conselho gestor da Paulista Aberta. O conselho se reúne hoje, na sede da Prefeitura. "A ideia é fechar um consenso dos pontos em que vamos permitir, avisar os músicos que eles têm de se credenciar antes."

Por decreto, o número de artistas na Paulista é limitado a 50 por domingo. "Só que os 50 chegam lá às 3 horas e começam a vender pulserinha (como camelôs). O artista mesmo, que vai chegar para tocar às 15 horas, já não tem mais espaço", diz Odloak.

O conselho gestor da Paulista também tem identificado problemas. Membro eleita do órgão, a advogada Raphaela José Cyrillo Galletti afirma que as apresentações e as outras atividades passaram a brigar por espaço. "A Paulista tem de ter espaço para o artista, para o ciclista, para quem quer sentar na rua. Outro dia, teve uma apresentação de zumba que tomo todo o espaço da ciclovia", afirma.

Parte dos moradores reclama de barulho e desrespeito aos horários - a Paulista Aberta, oficialmente, funciona até as 18 horas. "O barulho é insuportável, com caixas acústicas de segunda a segunda até tarde da noite. Ninguém aguenta mais", critica Célia Marcondes, presidente da Sociedade dos Amigos e Moradores do Bairro de Cerqueira César (Samorcc). "Qualquer um pode chegar, estender uma toalha e pôr o volume na altura que quiser. A Paulista virou terra de ninguém."

De acordo com Célia, associações estudam propor à Prefeitura que o programa seja transferido para o Vale do Anhangabaú, no centro. "O ideal é que não tivesse nada na Paulista, mas, se continuar, que pelo menos faça cadastro", defende. "O mínimo que se espera é que alguém coloque ordem."

Organização

Por volta das 15h30 do último domingo, dia 24,, a reportagem viu apresentações em pelo menos 21 locais da Paulista, entre bandas, cantores solo e tendas musicais. Ou seja, uma atração a cada 130 metros, embora a maioria se concentre no trecho entre o Conjunto Nacional, perto da Estação de Metrô Consolação, e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Muitas vezes, ficam literalmente uma ao lado do outra.

Os gêneros musicais iam de heavy metal a sertanejo - uma paisagem tomada por amplificadores, guitarras e baterias. Já quem tem menos estrutura precisava procurar locais afastados para ser ouvido.

Os espetáculos são organizados livremente e variam a cada domingo. Qualquer parte da Paulista, que é fechada para veículos a partir das 10 horas, pode ser palco. É comum, no entanto, que algumas apresentações passem do horário.

"Toda burocracia é um retrocesso. A Paulista está linda, com a música preenchendo todos os espaços", afirma Thiago Calle, de 30 anos, organizador do Jazz na Kombi. O veículo ficou estacionado do lado do Conjunto Nacional, mas virado de costas para a avenida. "Foi para não atrapalhar os outros."

Na prática, porém, artistas que não têm equipamentos de som terminam ficando de fora do "miolo" da Paulista. Sem dinheiro para investir em amplificador ou microfone, Ermelinda Silva, de 51 anos, optou pela região perto do Paraíso. "Quando chegam as bandas, atrapalham meu som", afirmou. "Já mudei quatro vezes de lugar porque fico sufocada", comenta. "Hoje, tem muito barulho. O cadastro ia dar uma peneirada boa", afirma.

Morador de Osasco, na Grande São Paulo, o advogado Edson Vieira, de 50 anos, visitou a avenida em um domingo pela primeira vez. Ele gostou da experiência, mas fez ressalvas. "Essa organização (de vários músicos pela avenida) atrapalha um pouco, porque quem tiver interesse em um show termina ouvindo o som vazando de outro palco", diz. "Apesar dessa 'bagunça', isso aqui é bem democrático." Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

esporte Peru Há 8 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 8 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

politica Tensão Há 8 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

fama Televisão Há 6 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

fama Luto Há 5 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

lifestyle Alívio Há 8 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

tech WhatsApp Há 8 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

fama Fake news Há 23 Horas

Eles foram dados como mortos, mas estavam (e estão) vivinhos da Silva!

fama Rejeitados Há 15 Horas

Rejeitados! Famosos que levaram foras de outros famosos

fama Berço de ouro Há 19 Horas

Ricos: Eles já eram cheios da grana antes da fama