© Marco Bello / Reuters
A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (25) sanções contra Delcy Rodríguez, a vice do ditador venezuelano, Nicolás Maduro, e outros dez membros do regime em retaliação à eleição presidencial de 20 de maio.
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Rodríguez foi punida por ter sido presidente da Assembleia Constituinte, convocada por Maduro e composta apenas por seus aliados. A Casa é considerada ilegítima pela UE, motivo pelo qual a votação não é válida para o bloco.
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Também figura na lista o ex-vice Tareck el-Aissami, hoje ministro das Indústrias e da Produção Nacional e a quem estava vinculado o Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência), responsável pela repressão e prisão de opositores.
Outros são Sandra Oblitas e Socorro Hernández, reitoras do Conselho Nacional Eleitoral, Freddy Bernal, ministro da Alimentação e controlador do programa de distribuição de alimentos, e Elías Jaua, que foi vice de Hugo Chávez.
Os 11 se juntam a sete membros do regime, incluindo Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Constituinte e número dois do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (Psuv), e Tibisay Lucena, presidente do CNE.
Todos estão proibidos de viajar aos 28 países da União Europeia, assim como tiveram todos os ativos no bloco bloqueados. Os europeus aumentam a pressão para conseguir uma solução negociada para o fim da crise política e evitam sanções diretas a Maduro.
"Vemos um colapso econômico causado pelo próprio governo. Temos de trabalhar todos juntos para tentar restaurar o êxito econômico e a estabilidade na Venezuela antes que cause ainda mais miséria e caos", disse o secretário de Estado britânico, Alan Duncan.
Em nota, o regime venezuelano condenou a decisão da UE, chamando-a de "uma franca intromissão nos assuntos soberanos de Venezuela, ao adotar pretendidas medidas restritivas contrárias ao direito internacional".
Já Delcy Rodríguez disse que não cederá. "Nenhuma ameaça, extorsão, medida arbitrária nem chantagem desviarão meu compromisso com a história de liberdade, dignidade e soberania que Simón Bolívar nos legou."
Dias depois da votação que deu mais seis anos de mandato a Maduro, boicotada pela oposição e não reconhecida pelo bloco, os EUA e países latino-americanos críticos ao ditador, os países-membros pediram novas eleições.
Na época, o mandatário disse ao bloco para que não metesse o nariz na Venezuela. "Chega de velhos colonialismos. Não somos herança de ninguém", acrescentou Maduro, usando novamente o argumento da intromissão no país. Com informações da Folhapress.