© Reuters 
O duelo entre Espanha e Rússia tem um significado maior a seleção do que simplesmente um dos jogos das oitavas de final da Copa do Mundo. A partida contará com Mário Fernandes e Diego Costa, dois atletas que recusaram a seleção brasileira, e posteriormente foram jogar pelas seleções europeias, que se enfrentarão neste domingo, às 11h, no Estádio Luzhniki, em Moscou.
PUB
Revelado pelo Grêmio em 2009, Mario Fernandes jogou de zagueiro, mas se destacou atuando na lateral direita. Em 2011, o jogador chegou a ser convocado para um amistoso contra a Argentina, mas alegou "problemas pessoais" para recusar o chamado do então técnico Mano Menezes.
Por mais que o "não" tenha o afastado da seleção, o jogador voltou a ser chamado por Dunga em 2014 e até participou de um amistoso em outubro, quando o Brasil goleou o Japão por 4 a 0. Entretanto, não jogar em um dos grandes centros do futebol tiraram o jogador do CSKA do radar da seleção novamente.
Um mês antes de Tite fazer sua primeira convocação como técnico do Brasil, em julho de 2016, Mario Fernandes ganhou do próprio presidente Vladimir Putin a cidadania para atuar pela Rússia. Sem nunca mais ter sido lembrado pelo Brasil, o jogador foi convocado para atuar pela seleção local em março de 2017. Atualmente ele é titular e vem sendo um dos principais destaques da equipe de Stanlislav Cherchesov.
Brasil ou Espanha?
O caso de Diego Costa foi um pouco diferente do lateral russo. Chamado para jogar pelo Brasil em amistosos contra Itália e Rússia, em março de 2013, o atacante passou a ser preterido nas listas de Luiz Felipe Scolari para Fred, Jô e Alexandre Pato, apesar dos gols e atuações de destaque pelo Atlético de Madrid. A falta de oportunidades na seleção canarinho e o convite do técnico Vicente Del Bosque fez com que Diego Costa optasse por defender a Espanha, pelo sonho de jogar a Copa do Mundo de 2014.
As críticas de torcedores e do próprio Felipão, que o acusou de dar "as costas para o sonho de milhões", fez o jogador dar sua versão em 30 de outubro de 2013, um dia depois de optar por defender a seleção europeia.
"Quero que eles entendam que em nenhum momento eu fiz uma recusa ao Brasil. Simplesmente porque aqui me sinto valorizado. Foi uma decisão muito pensada, mas não foi uma renúncia. Tenho familiares no Brasil, onde nasci e vivi. Espero que as pessoas entendam e respeitem", disse, em comunicado para o site do Atlético de Madrid.
NÃO É SÓ DIEGO COSTA
Além de Diego Costa, a Espanha também possui amigos de infância com DNA brasileiro e que inclusive se conheceram nas categorias de base do Flamengo. Mesmo nascido na Itália, onde o pai Mazinho jogava, Thiago Alcântara, passou parte da infância no Rio de Janeiro, mas deixou o clube rubro-negro em 2005 para rumar ao Barcelona.
O caminho foi semelhante ao de Rodrigo, que jogou com Thiago na gávea em 2002. Nascido no Rio de Janeiro, o atacante do Valencia chamou atenção no Real Madrid B, e assim como o meia do Bayern de Munique, não cogitou atuar pelo Brasil.
"Tive chance de jogar pelo Brasil, mas nunca pensei nisso. Estou na Espanha desde os três anos, aprendi a ler, me desenvolvi e sou quem sou pela Espanha", disse Thiago, em 2011, quando foi convocado pela primeira vez à seleção espanhola.
OLHO NA BASE DA EUROPA
A perda dos talentosos atletas para a Espanha, assim como Deco e Pepe para Portugal em anos anteriores, fez com que a CBF, liderada pelo então coordenador Alexandre Gallo, passasse a observar melhor jogadores com cidadania brasileira que atuassem em clubes europeus.
Irmão caçula de Thiago, Rafinha Alcântara chegou a jogar pela seleção sub-19 da Espanha, mas a partir de 2013 começou a participar as partidas das categorias de base do Brasil. Campeão olímpico em 2016, o meia fez apenas dois jogos pela seleção profissional em 2015, mas perdeu espaço pelo excesso de lesões com que teve de lidar nos últimos anos. Com informações da Folhapress.