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Ser mãe após os 35 anos não causa mais espanto, já que muitas mulheres escolhem ter filhos nessa faixa etária, principalmente, pelo fato de priorizar o lado profissional e buscar estabilidade financeira antes de formar uma família.
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Entretanto, a ginecologista e obstetra de São Paulo, Dra. Maria Elisa Noriler, alerta que mulheres que optam pela gestação nessa fase precisam tomar alguns cuidados extras com sua saúde e de seu bebê. “Um gestação nessa fase está relacionada ao aparecimento de diversas complicações como: hipertensão arterial, diabetes, abortamento, malformação fetal, doença renal, neurológica e pulmonar”, explica a especialista.
+ 9 perguntas que devem ser feitas ao ginecologista
Segundo um estudo realizado pela Universidade de Alberta, no Canadá, crianças geradas por mães com mais de 35 anos têm maiores riscos de desenvolver problemas cardíacos na vida adulta. De acordo com o cirurgião cardiovascular, Dr. Marcelo Sobral, a idade do óvulo, assim como as condições da placenta da mulher podem influenciar diretamente na formação e desenvolvimento do sistema vascular da criança.
“Diversos fatores podem desencadear cardiopatias congênitas nos bebês, desde uso de medicamentos, patologias e intercorrências na gestação a fatores genéticos ou mesmo as condições de uma gravidez tardia. Nestes casos os bebês podem ser menos resistentes a fatores epigenéticos e ambientais, o que poderia aumentar os riscos cardiovasculares. Mas algumas destas doenças podem ser diagnosticadas ainda dentro do ventre e tratadas na primeira infância", afirma Sobral.
Mesmo numa gravidez tardia, se tomados os devidos cuidados, a mulher poderá viver ao máximo a felicidade que envolve este momento. “Fazer uma ultrassonografia morfológica com especialista em medicina fetal, manter o peso ideal, optar por hábitos saudáveis com a alimentação, praticar atividade física regularmente, não fumar, diminuir a ingestão de álcool e também estar em dia com o calendário de vacinas são essenciais para evitar problemas durante a gestação", finaliza Maria Elisa.
1. Quais os cuidados diários que se deve ter com a região íntima?
As medidas são simples, mas essenciais. No banho, lavar adequadamente a região, com movimentos delicados e sabonetes próprios para o equilíbrio da flora natural e com pH próximo ao da pele. Evitar protetores diários, pois abafam a região e podem provocar corrimentos, coceiras e infecções. Evite o uso de roupas muito justas e de tecidos grossos, prefira roupas mais leves e evite papéis higiênicos perfumados. Quanto às calcinhas, priorizar as de algodão e colocá-las para secar sempre em um ambiente fresco e seco. Dormir sem calcinha é uma boa medida para permitir a ventilação vaginal. Jamais realizar duchas vaginais para a limpeza, pois pode alterar o pH normal da vagina, que está na faixa de 3,8 e 4,2.
2. Há um momento correto para utilizar a pílula do dia seguinte?
Quanto antes a pílula for tomada, maior a chance de sucesso. Estudos relatam que, nas primeiras 24 horas a eficácia da pílula gira em torno de 90%. Apesar de poder utilizá-la nos primeiros cinco dias, recomenda-se o uso em até 72 horas após o ato sexual.
3. Existe tratamento para a TPM (Tensão Pré-Menstrual)?
Sim, e de uma forma geral, há a abordagem conservadora (tratamento não medicamentoso) até tratamento medicamentoso ou mesmo cirúrgico. Dentre as intervenções não-medicamentosas, são propostas mudanças no estilo de vida, incluindo-se a prática de exercícios aeróbicos e modificações na dieta. Pode-se citar alimentos ricos em vitamina B6, como pães integrais, atum, soja, lentilha, banana, batata e feijão. Os anticoncepcionais hormonais combinados ("pílula anticoncepcional") podem ser muito úteis, porém, sua prescrição seguirá os critérios de elegibilidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Os medicamentos antidepressivos da classe inibidores da recaptação seletiva da serotonina são uma excelente opção, muitas vezes a primeira linha de tratamento dos sintomas relacionados a TPM, bem como sua forma mais intensa, o TDPM (transtorno disfórico pré-menstrual). O tratamento deve ser adaptado à gravidade dos sintomas e individualizado, portanto, sempre procurar um médico para uma melhor orientação.
4. Como devo escolher o melhor método contraceptivo?
Não existe o melhor método contraceptivo e sim o aquele que está de acordo com os critérios de elegibilidade da Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme a avaliação de um profissional. Por exemplo, se a mulher apresenta dificuldades para ingerir medicamentos orais, ela deve analisar alternativas não orais, como o anel contraceptivo, o implante subcutâneo, os anticoncepcionais injetáveis, o adesivo e os dispositivos intrauterinos. Outro exemplo serve para as mães que ainda estão amamentando, pois estas devem evitar métodos que contenham estrogênio, pois o hormônio altera a produção de leite. Para elas, os mais indicados são métodos não hormonais ou que tenham apenas o hormônio progesterona. A escolha fica entre o DIU, tanto o de cobre quanto o hormonal, o implante subcutâneo, injeção trimestral e comprimidos à base de progesterona.
5. Se eu esquecer de tomar a pílula, como proceder?
Em caso de esquecimento, tome-a assim que lembrar, e a próxima, no horário regular. Se passar um dia, tome os dois em conjunto e mantenha a ordem dos demais. Caso haja o esquecimento de mais de dois comprimidos, deve-se orientar à utilização de preservativos durante sete dias, tomando as pílulas restantes de forma habitual.
6. Quais os benefícios e os malefícios de suspender a menstruação?
Para uma mulher que não usa nenhum método contraceptivo e não está grávida, a ausência de menstruação pode indicar algum distúrbio. A menstruação também pode representar incômodos como dores, inchaços, cólicas e a tensão pré-menstrual (TPM). O mais importante desta discussão é entender que, exceto em situações nas quais a não menstruação é decorrente de algum distúrbio, menstruar ou não é uma opção da mulher moderna e deve ser conversado com o médico sobre estas condição.
7. Usar anticoncepcional engorda ou causa infertilidade?
Os métodos estão cada vez mais modernos e utilizam baixas doses de hormônios, causando o mínimo possível de transtorno em relação ao peso e, desde que não existam contraindicações, costumam ser bem tolerados. No entanto, cada organismo responde de uma forma e a não adaptação a algum método pode ocorrer. Acompanhamento médico é fundamental. Quanto ao risco de câncer, o uso de métodos contraceptivos contínuos pode diminuí-lo no endométrio e no ovário. É muito importante frisar que os métodos hormonais não causam infertilidade. A interrupção do método e o retorno dos ciclos menstruais sugere o retorno à fertilidade. No entanto, há outros fatores que podem associar-se à dificuldade de engravidar, como a idade. Dessa forma, não é o fato de ter usado 10 a 15 anos de anticoncepcional, por exemplo, que dificulta a gravidez; mas sim, ter estes anos a mais no momento que desejar engravidar.
8. Ter dor na relação sexual é normal?
Não. Entretanto, deve-se entender que em alguns momentos a dor pode ocorrer. Na hora da penetração, pode estar associada à falta de lubrificação adequada, traumas, lesões vaginais e dificuldade de relaxamento da musculatura da vagina. Quando a dor é de profundidade, pode estar relacionada apenas à posição ou algumas patologias, como endometriose, cistos ovarianos ou miomas de grandes dimensões.
9. As pílulas anticoncepcionais previnem doençassexualmente transmissíveis?
Não, a pílula anticoncepcional pode prevenir a gravidez. A forma mais segura de prevenir doenças é usando preservativo, que pode ser feminino ou masculino.