© José Cruz/Agência Brasil
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, concordou com a prorrogação do inquérito dos portos por mais 60 dias. A solicitação havia sido feita pela Polícia Federal, que recebeu o aval do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), no final de junho, para prosseguir com as investigações, pelo menos até a manifestação da PGR.
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Em despacho, Barroso destacou que o delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pelo caso, requereu a prorrogação "em substanciosa petição, na qual descreve o desenvolvimento das investigações conduzidas até aqui - com um volume expressivo de providências já tomadas e um conjunto relevante de informações obtidas".
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O inquérito dos portos foi aberto no ano passado e apura se, em troca de benefícios concedidos pelo governo, empresas do setor pagaram propinas a Temer e seus aliados. Uma das medidas sob suspeita é decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, o qual permitiu que as companhias renovassem suas concessões, inclusive antecipadamente, por até 70 anos. Trechos da norma foram considerados ilegais pelo TCU (Tribunal de Contas da União), também no mês passado.
Uma das linhas de investigação é de que recursos obtidos ilicitamente tenham beneficiado o presidente por meio de obras na casa de uma de suas filhas, Maristela, em São Paulo. Também apura-se possível desvio de recursos de um contrato da usina de Angra 3, firmado com empresa que tem como sócia a Argeplan, pertencente ao coronel João Batista Lima Filho, amigo do presidente.
Temer e os demais investigados têm negado envolvimento em ilícitos.