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Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Centro Universitário UniMetrocamp Wyden revelou que 90% das saladas prontas para consumo, delivery e fast food, estavam contaminadas. Segundo Flávio Theilacker, Coordenador Técnico do Freitag Laboratórios, o estudo revela uma manipulação errônea e a falta de higienização em ferramentas de corte, superfícies de trabalho como bancadas, falta de treinamento adequado com seguridade em grande parte dos casos. “O que notamos hoje é que as boas práticas de higiene não são levadas em consideração”, ressalta o especialista.
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O estudo apontou ainda que 18 das saladas analisadas continham dez vezes mais coliformes fecais do que o tolerável pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para que uma salada apresente esse grau de contaminação, pode-se levar em conta uma série de fatores. Por isso, o especialista em análise de alimentos alerta que, num primeiro momento, “é muito importante que esses fornecedores se informem sobre a origem desses produtos, sabendo quais tipos de adubos, agrotóxicos ou fertilizantes foram utilizados pelo produtor antes de colocar para consumo ou venda, para então realizar a técnica correta de limpeza e armazenamento”.
Flávio explica que, para evitar a contaminação, essas empresas devem utilizar luvas, ter o hábito de lava-las e higienizar com álcool 70% antes e após de qualquer atividade. O local onde são preparadas, como as bancadas e tábuas de corte, devem ser mantidos em bom estado, sem micro-fugas, rachaduras ou outros defeitos que favorecem o acúmulo de sujeira.
A falta desses cuidados pode acarretar na presença de bactérias, como relatado na pesquisa. Muitas delas com alto grau de periculosidade. No levantamento do Centro Universitário UniMetrocamp Wyden, uma das bactérias encontradas foi a Staphylococcus aureus, que causa a intoxicação alimentar. A Escherichia coli, por exemplo, é uma bactéria gram negativa, que causa intensa diarreia com muco ou sangue, náuseas, dor de estômago intensa e febre. “Para pessoas com o sistema imunológico comprometido, pode causar sérias doenças gástricas de um grau de complexidade elevado”, alerta o especialista do Freitag Laboratórios.
Para diminuir o risco de contaminação, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que agricultores não utilizem esterco animal nas plantações de verduras e legumes. “Visto, muitos não obedecem essa indicação, geralmente esses alimentos já chegam para o comerciante com uma quantidade elevada de micro-organismos, por isso é crucial fazer uma higienização correta nessas saladas, principalmente em alimentos que tem contato direto com o solo como: cenoura, pepino, rabanete, tomate e beterraba”, diz Flávio.
DICA
O especialista em análise de alimentos explica que, para não haver problemas de contaminação, os consumidores precisam adotar medidas de higienização das saladas, frutas e hortaliças, mesmo que elas sejam prontas para consumo. Flávio orienta que elas sejam deixadas de molho em solução clorada de 10 a 15 minutos (1 colher de sopa de água sanitária em 1L de água potável) e que, em seguida, sejam lavadas em água corrente.