Regulador dos EUA questiona comunicação do Facebook ao mercado

Órgão regulador está sondando se o Facebook deveria ter divulgado aos investidores seu conhecimento da violação da Cambridge em 2015

©  REUTERS/Dado Ruvic

Tech segurança 13/07/18 POR Folhapress

Reguladores de mercado dos Estados Unidos estão investigando se o Facebook advertiu adequadamente investidores de que desenvolvedores e terceiros poderiam ter obtido dados dos usuários sem permissão ou em violação às políticas da rede social, informou o jornal The Wall Street Journal citando pessoas familiarizadas com o assunto.

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A investigação da SEC (Securities and Exchange Commission), agência federal que regulamenta os mercados de valores mobiliários dos EUA, divulgada pela primeira vez no início de julho, acompanha revelações de que a Cambridge Analytica, empresa de análise de dados vinculada à campanha do presidente Donald Trump em 2016, obteve acesso a informações sobre milhões de usuários do Facebook.

Segundo o WSJ, a SEC solicitou informações ao Facebook para entender o quanto a empresa sabia sobre o uso dos dados pela Cambridge, disseram pessoas ao jornal. A agência também quer saber como o Facebook analisou o risco que enfrentaria se os desenvolvedores compartilhassem dados com outras pessoas, acrescentaram.

Facebook e SEC se recusaram a comentar o assunto, de acordo com o WSJ.

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A SEC aplica as leis que regem o que deve ser divulgado aos acionistas para que eles possam tomar decisões embasadas sobre investimentos.

O regulador está sondando se o Facebook deveria ter divulgado aos investidores seu conhecimento da violação da Cambridge em 2015, quando ficou sabendo que Aleksandr Kogan, professor da Universidade de Cambridge, compartilhou, em 2014, informações de até 87 milhões de usuários do Facebook de forma inadequada com a empresa de análise de dados.

O Facebook diz que pediu a Kogan e à Cambridge Analytica em 2015 que excluíssem os dados e afirmou que acreditava que eles tinham feito isso, mas, em 2018, relatou ter percebido ser possível que nem todas as informações foram destruídas.

O Departamento de Justiça americano e a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos EUA também estão investigando o vazamento de dados e como o Facebook e outras partes lidaram com isso. A FTCanalisa se o Facebook violou os termos de um decreto anterior, exigindo que ele obtivesse o consentimento do usuário para coletar dados pessoais e compartilhá-los com outras pessoas.

Em abril, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que é possível que outros tenham usado dados da rede social de forma indevida.

Mais tarde naquele mês, a empresa atualizou suas divulgações a investidores para refletir essa probabilidade e disse que a FTC e outras agências do governo estavam investigando como ela respondeu ao episódio.

O relatório trimestral de abril da empresa disse que seria possível descobrir "incidentes adicionais de uso indevido de dados de usuários ou outras atividades indesejáveis por terceiros" e disse que tais incidentes poderiam "afetar negativamente a confiança e o engajamento do usuário, prejudicar nossa reputação e marcas e afetar adversamente nossos negócios e resultados financeiros."

As autoridades do Facebook acreditavam que o que descobriram em 2015 não era uma informação importante para os investidores porque os dados compartilhados com a Cambridge eram menos sensíveis do que outros tipos de dados mantidos pelo Facebook, como informações de pagamento de alguns usuários, disse uma pessoa familiarizada com o assunto ao WSJ. Com informações da Folhapress.

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