Pediatras brasileiros criticam investida dos EUA contra amamentação

A Organização Mundial da Saúde preconiza que o aleitamento materno deve ser mantido, exclusivamente, por seis meses

© iStock

Lifestyle Especialista 14/07/18 POR Notícias Ao Minuto

Após investida dos Estados Unidos para mudar uma resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre defesa e promoção do aleitamento materno, pediatras e entidades brasileiras criticaram a ação dos norte-americanos e sugerem posicionamento do Brasil nos fóruns internacionais em defesa da amamentação.

PUB

Na última terça-feira (10), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgou nota pública criticando a posição da delegação dos Estados Unidos na reunião de maio da OMS, em Genebra, na Suíça.

Em entrevista à Agência Brasil, o 1º vice-presidente da SBP, Clóvis Constantino, propôs reuniões entre representantes da entidade e especialistas com representantes dos ministérios da Saúde, das Relações Exteriores e do Trabalho para formular propostas que possam ser apresentadas pelo governo brasileiro nos fóruns internacionais. 

+ 6 passos para livrar sua casa das alergias

“Cidadãos saudáveis significa segurança de uma nação. A gente entende que a cidadania saudável começa no início da vida e o aleitamento materno faz parte dessa saúde”, disse.

Na promoção do aleitamento materno no país, o médico defende a licença-maternidade de seis meses para trabalhadoras públicas e do setor privado, aumento no número de locais de amamentação e a ampliação da licença-paternidade. 

Durante reunião, em maio, da Assembleia Mundial da Saúde, promovida pela OMS, representantes dos Estados Unidos tentaram retirar trecho de uma resolução que prevê que os países devem proteger e promover a amamentação. O texto recomenda ainda que os governos coíbam propaganda e campanhas para uso de fórmulas industrializadas em substituição ao leite materno.

De acordo com reportagem do jornal The New York Times, a investida seria a favor dos fabricantes de fórmulas infantis. Apesar da ação, os EUA não conseguiram eliminar o trecho do texto final.

A recomendação da OMS, órgão das Nações Unidas, se baseou em estudos de décadas que comprovaram que o leite materno é o alimento mais saudável para as crianças.

A política brasileira de aleitamento materno é referência em outras partes do mundo. Segundo a gerente do Banco de Leite Humano (BLH) do Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), Danielle Aparecida da Silva, o modelo, adotado desde os anos 80 e atualizado com frequência, é seguido por 23 países, que compõem a rede internacional de bancos de leite na América Latina, Península Ibérica, no Caribe e na África.

Nos últimos anos, técnicos da Fiocruz têm recebido estrangeiros que querem conhecer o trabalho e também foram aos países para a formação de equipes e auxiliar na implantação de bancos de leite.

Conforme a engenheira de alimentos, uma mudança que fortaleceu o aleitamento no país foi “trazer a mulher para o centro da cena”, ao deixar de ser vista apenas como a que produz o leite, mas também a que precisa de apoio e atenção, especialmente, para aquelas com filho prematuro.

O Brasil é o país com o maior número de bancos de leite (220) e de postos de coleta (195). “Os bancos de leite, mais do que tudo, são centros de promoção e apoio ao aleitamento materno, independente se for uma mãe de bebê a termo [que nasce no prazo previsto] ou de um bebê que nasceu prematuro”, afirmou Danielle Silva à Agência Brasil.

Nos bancos, o leite doado é analisado individualmente e não há mistura do alimento, o que permite oferecer diferentes tipos de leite e atender as necessidades específicas dos recém-nascidos.

A especialista reconheceu que as mães ainda têm dúvidas com relação ao aleitamento materno, especialmente as de primeira viagem. “É um período em que elas têm muitas dúvidas, em que não sabem se o bebê está pegando o seio, se produz leite suficiente, se ele está satisfeito, se está chorando porque tem fome. Elas buscam a gente para solucionar estas dúvidas. A amamentação é um período em que podem existir algumas intercorrências como rachaduras no bico do seio, empedramento de leite, as mastites. As mães procuram os bancos de leite e postos de coleta justamente para solucionar esses problemas”, disse.

A Organização Mundial da Saúde preconiza que o aleitamento materno deve ser mantido, exclusivamente, por seis meses, sem dar água ou chá aos bebês, e de forma continuada até dois anos e meio. “A mãe não tem necessidade de dar outro líquido, porque o leite humano também mata a sede e a fome, além de ajudar na nutrição e no crescimento das crianças”. Com informações da Agência Brasil. 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 23 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 14 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 23 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 23 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 21 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 20 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama LUAN-SANTANA Há 23 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento

brasil São Paulo Há 23 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

politica Investigação Há 15 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

mundo País de Gales Há 22 Horas

Jovem milionário mata o melhor amigo em ataque planejado no Reino Unido