Próxima sede da Copa, Qatar vive polêmicas, restrição e crise política

Pequeno emirado no Golfo Pérsico tem de lidar com acusações da sua escolha como anfitrião ter sido comprada

© Ibrahem Alomari/Reuters

Esporte controvérsia 15/07/18 POR Folhapress

Se a Rússia de Vladimir Putin usou a Copa como vitrine política num momento de isolamento internacional, há uma expectativa sobre o que vai acontecer na próxima sede do Mundial, o Qatar.

PUB

Além de ter de lidar com acusações de que sua escolha como anfitrião foi comprada e de que usa trabalho desumano para erguer elefantes brancos no deserto, o pequeno emirado no Golfo Pérsico está imerso em uma enorme crise diplomática.

Em junho do ano passado, a Arábia Saudita rompeu laços diplomáticos e decretou boicote comercial com o vizinho, sendo acompanhada por outros 11 países -inclusive no entorno regional, como os Emirados Árabes Unidos.

O motivo alegado foi o apoio qatariano a organizações terroristas, em especial na guerra civil síria. Não só: Doha tem um escritório do Taleban afegão e laços conhecidos com diversos grupos jihadistas.

+ França vence a Croácia e conquista a Copa do Mundo da Rússia

A questão é que se há um lugar que fomenta ideologia extremista no mundo muçulmano é justamente a Arábia Saudita, berço do ramo wahhabista do sunismo.

E o Qatar sempre mordeu e assoprou na questão, tendo laços sólidos com os EUA, que mantêm no país sua maior base aérea no Oriente Médio.

A ambiguidade que irritou os sauditas é outra: a aproximação do emirado com o Irã, o maior rival geopolítico de Riad na disputa pelo posto de potência regional dominante.

É uma rivalidade também religiosa. A Arábia Saudita sedia as duas cidades mais sagradas do islamismo e se sente uma líder natural do ramo majoritário da crença, o sunismo.

Já Teerã é o centro mundial do xiismo, professado por cerca de 15% dos aderentes da fé muçulmana.

Além de discordâncias doutrinárias e sobre a linha de sucessão do profeta Maomé, o centro da disputa hoje é política.

Há outros focos de tensão. Quando houve a sequência de revoltas que derrubaram autocracias em 2011, a chamada Primavera Árabe, o Qatar deu apoio a grupos que tentaram fazer o mesmo no reino vizinho -sem sucesso.

A rede de TV Al Jazeera é a mais influente do mundo árabe, e tem sede em Doha. É vista como instrumento político do emirado pelos vizinhos.

Alguns países já reataram laços diplomáticos, mas o principal efeito do boicote ainda se faz sentir: o bloqueio aéreo, terrestre e naval dos vizinhos.

Com isso, uma das maiores empresas aéreas da região, a Qatar Airways, patrocinadora da Fifa, teve de redirecionar muitas de suas rotas -que passavam por espaço aéreo da Arábia Saudita, do Egito e dos Emirados Árabes, por exemplo.

O voo São Paulo-Doha chegou a ganhar uma escala, mas agora já é feito diretamente por uma rota tortuosa sobre o Mediterrâneo, Turquia e águas internacionais do Golfo Pérsico.

O jovem emir do Qatar, Tamim bin Hamad al Thani, 38, terá agora quatro anos para ver a crise resolvida ou usar a imensa riqueza baseada em petróleo e gás de seu país e bancar o espetáculo apesar dela. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia