Desvalorização de 10% do real levará inflação a 5% em 2019, diz banco

Estudo busca prever os efeitos de uma moeda mais fraca sobre os preços, o que é conhecido pelos economistas como "pass-through"

© DR

Economia Previsão 16/07/18 POR Folhapress

Uma desvalorização de 10% do real no próximo ano pode levar a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para 5%, aponta levantamento do Credit Suisse obtido com exclusividade pela reportagem.

PUB

O estudo busca prever os efeitos de um real mais fraco sobre os preços, o que é conhecido pelos economistas como "pass-through".

Embora o impacto não seja claramente perceptível pelo consumidor comum, um dólar mais forte encarece, por exemplo, matérias-primas que precisam ser importadas pela indústria -o que acaba pressionando os preços.

O tamanho do repasse do câmbio para a inflação varia conforme o tempo e também o ritmo da atividade econômica.

+ Lares dependentes da renda de aposentados cresceram 12% em um ano

Segundo a equipe do Credit Suisse, em condições normais, esse efeito é considerável: a cada 10% de desvalorização cambial, 0,7 ponto percentual é adicionado à inflação.

Mas como a economia brasileira está saindo de um período de recessão e passando por um ciclo de retomada que ocorre a passos lentos, esse repasse cambial à inflação não é desprezível, mas é menor.

No ambiente atual, de crescimento baixo e desemprego alto, uma desvalorização de 10% do real adicionaria 0,44 ponto percentual à inflação de 2019, diz Lucas Vilela, economista do Credit Suisse.

O crucial nessa equação, explica o economista, é a elevada ociosidade das empresas. Em um quadro de demanda mais fraca, a necessidade de importar da indústria, por exemplo, pode ser menor.

Como a inflação esperada para 2019 pelo Credit Suisse está em 4,5%, o efeito a levaria para perto de 5% -acima do centro da meta estabelecida pelo Banco Central, de 4,25% no próximo ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Por enquanto, esse não é o cenário central do banco, que espera um dólar médio de R$ 3,65 em 2019.

Embora as projeções dos economistas para inflação tenham acelerado para algo ao redor de 4% como consequência da paralisação dos caminhoneiros, o nível ainda é considerado confortável.

De qualquer forma, o sinal de alerta em relação a pressões inflacionárias está aceso, com ao menos dois importantes eventos com fôlego para mexer com o câmbio: o período pré-eleitoral e os respingos de uma guerra comercial entre EUA e China.

Vilela prevê uma forte elevação da taxa Selic no próximo ano -dos atuais 6,5% para 9,5% no fim de 2019– como forma de evitar uma inflação maior a partir de 2020. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 16 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 19 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 19 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 18 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 20 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 19 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 20 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 19 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 19 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 18 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia