© Rovena Rosa/Agência Brasil
Pelo jeito não é apenas o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Sepúlveda Pertence que está insatisfeito em atuar na defesa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
PUB
O ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão e o advogado Luiz Fernando Pereira, que também fazem a assessoria jurídica do petista, têm se desentendido, de acordo com informações da coluna Painel, da Folha de S. Paulo.
No PT, a preocupação é de que as desavenças prejudiquem ainda mais o ex-presidente, que já enfrenta uma batalha na esfera criminal. Lula está preso desde o dia 7 de abril último, condenado a 12 anos e um mês em regime fechado, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex no Guarujá (SP).
Por causa da sentença em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), o petista foi enquadrado na lei da Ficha Limpa e sua candidatura à Presidência da República, nas próximas eleições, dependerá do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Na Corte, o representante de Lula é Aragão. No entanto, ainda conforme a Folha, ele se sentiu atropelado, na semana passada, quando tentou entregar a defesa do ex-presidente em relação à ação apresentada pelo Movimento Brasil Livre (MBL) no tribunal. É que o colega Luiz Fernando já havia encaminhado a peça ao TSE.
A confusão chegou à cúpula do partido, assim como uma carta escrita por Sepúlveda Pertence chegou a Lula, na semana passada. No material, o ex-ministro faz críticas à assessoria jurídica do ex-presidente e menciona a decisão de parlamentares petistas de apresentar um pedido de habeas corpus sem a anuência da defesa.
"Por ora, descrevemos nossas razões de descontentamento com coisas ocorridas no decorrer da defesa. Tenho uma série de compromissos em Curitiba e vou me encontrar com o ex-presidente para decidirmos", disse ele, nesta segunda-feira (16), evitando especificar as causas de seu desconforto.