© F-4 Itália/oficial
Ele afirma que não tinha só carrinhos quando era criança, mas seria difícil para Enzo Fittipaldi imaginar ter uma vida que fosse longe das pistas. Assim como Emerson, Wilson, Christian e seu irmão Pietro, o piloto de 17 anos recém-completados respira automobilismo. E como. Membro da academia da Ferrari, o líder da F-4 italiana hoje mora em Maranello, acordando ao som dos carros da Scuderia na pista de testes de Fiorano e tomando café com os mecânicos e engenheiros.
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"Fazer parte da academia da Ferrari é uma oportunidade muito grande, porque eu já estou colocando um pé dentro de uma equipe que está na F-1", disse o piloto ao UOL Esporte. "E, com isso, estou aprendendo muito. Tenho uma agenda muito cheia, com treinos mental e físico, trabalho no simulador. Estou muito feliz porque o que eu mais amo é correr."
Feliz e andando bem. Em seu segundo ano na Europa e correndo pela forte equipe Prema, Fittipaldi não apenas lidera o italiano de F-4 como também é terceiro no campeonato alemão, pelo qual disputa neste final de semana a etapa em Hockenheim, abrindo os trabalhos para a F-.
"O campeonato alemão está mais difícil porque o líder acabou abrindo muito, mas certamente dá para lutar pelo top 3. E no italiano tivemos um final de semana muito bom em Misano [quando Enzo venceu as três provas disputadas] e no Red Bull Ring, então com certeza estamos lutando pelo título."
Dividir a pista com os carros de F1 no mesmo final de semana não é normal para os pilotos da F-4 e o fato de Fittipaldi estar entre os primeiros no campeonato resultou em um convite especial: um tour com seu colega de Ferrari Sebastian Vettel.
"Foi a primeira vez que o vi pessoalmente. É uma pessoa muito humilde. Ele mostrou o carro e como eles pegam os dados com os engenheiros. Aprendi muito. Depois almoçamos com ele, o que foi uma grande experiência também. Foi incrível ver como ele é profissional, como todos os detalhes do que ele precisa estavam pensados e arrumados."
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Enzo Fittipaldi começou a correr cedo, tendo a primeira experiência aos 4 anos. Ele acompanhava o irmão mais velho, Pietro, em suas competições quando pediu ao pai para andar de kart. Ambos focaram inicialmente no automobilismo norte-americano, pois foram nascidos e criados em Miami, mas nos últimos anos têm desbravado as pistas europeias, mirando a F1.
Pietro é quem está mais próximo, tendo recentemente feito seu primeiro teste com um Fórmula Indy depois de grave acidente no WEC, há dois meses, em que fraturou as duas pernas, episódio que marcou o irmão.
"Quando eu recebi a notícia de que meu irmão bateu, estava aqui em Hockenheim, antes da classificação. Foi difícil porque eu não sabia como ele estava, se estava acordado. Fiquei preocupado e meus pais, que estavam comigo na Alemanha, foram direto para lá. Mas o pior foi depois, quando eu soube que ele quebrou as duas pernas, que foi grave. Foi duro porque meu irmão é meu melhor amigo. Vê-lo treinar depois disso e sua motivação para continuar no topo me ensinou muito. Foi impressionante ele sentar no carro novamente depois de dois meses. Isso é corrida, sempre vai ter risco. E é por isso que a gente corre."
Nessa família de pilotos, Enzo quer traçar seu próprio caminho e programa uma escalada que lhe dará a experiência necessária para alcançar sua meta.
"Meu foco deste ano é ganhar o campeonato. No próximo ano, a F-3 europeia seria uma opção boa, mas temos que esperar porque serão campeonatos novos [a FIA deve unificar o campeonato de F-3, excluindo a GP3]. E depois faria a F-2. Minha meta é chegar na F1, preparado, mas para isso é preciso ter a superlicença, então você precisa se manter entre os primeiros em todos os campeonatos", explica.
Mas enquanto essa chance não chega, por que não dar uma volta com o 'carro da firma?'. Enzo ri. "Estou muito novo ainda, vamos ver nos próximos anos. Mas uma voltinha só ninguém vai ficar sabendo!", brinca. Com informações da Folhapress.