© Henry Romero / Reuters
O vice-presidente para América Latina da BYD, empresa chinesa fabricante de veículos elétricos, teve uma primeira quinzena de julho agitada no Rio. Participou de jantar com políticos em Nova Iguaçu, de uma palestra na Câmara Municipal de Angra dos Reis e recebeu título de cidadão japeriense.
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O assunto não foi negócio, mas sim política. O executivo não é mais uma aposta de "outsider" nas eleições, mas o velho conhecido ex-prefeito do Rio Eduardo Paes (DEM).
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Trabalhando para repetir uma ampla aliança como a formada nos tempos do MDB, Paes ainda mantém mistério público sobre sua intenção de se candidatar ao governo.
Ele sofre pressão da família para ficar na iniciativa privada, onde ganha quase seis vezes mais do que como governador (cerca de R$ 20 mil). Mas sua candidatura já é dada como certa no meio político.
Foi a impressão que deixou para o ex-prefeito de Campos Arnaldo Vianna (MDB). Ele e a mulher, Edilene Vianna (MDB), pré-candidata a deputada estadual, se encontraram com Paes no último dia 12 no Rio de Janeiro.
"Conheço o Eduardo há muito tempo. Ele não tem dúvida sobre candidatura. Ele precisa resolver a questão da empresa", disse Vianna, que diz ter firmado uma aliança com o ex-prefeito.
No início do mês, Paes foi ao restaurante Pizza & Pasta, na Baixada Fluminense, participar de um encontro com três prefeitos, vereadores e lideranças comunitárias.
"Ele tem sido muito cauteloso sobre essa questão da candidatura. Tenho brincado com ele: 'A noiva já aceitou o pedido de casamento?'", disse o prefeito de Mesquita, Jorge Miranda (PSDB), que vai apoiá-lo independente do caminho da sigla no estado.
Em Angra dos Reis, o vice-governador Francisco Dornelles (PP) mobilizou aliados para recepcioná-lo numa palestra na Câmara Municipal no dia 4. Além de falar de seu período à frente da capital, apontou algumas impressões sobre a área de segurança pública e a economia do estado.
A intensa agenda política, contudo, não aparece nas redes sociais do ex-prefeito. Nela, ele privilegia fotos com a família, suas obras como prefeito e suas atividades como vice-presidente para América Latina (exceto Brasil) da BYD.
Há quem veja na iniciativa uma forma de Paes se apresentar como um político que não depende da política para viver, um "neo-outsider".
"Não queria ficar dependendo de cargo público, de pedir função em governo. Depois de tantos anos exercendo cargo público acabei indo para a iniciativa privada", disse Paes num de seus vídeos.
O ex-prefeito abriu uma exceção ao divulgar foto de reunião com lideranças em Maricá, cidade que chamou de "merda de lugar" em conversa telefônica com o ex-presidente Lula, em 2016.
Na postagem, diz que deixou "um pouco de lado as tarefas na BYD lembrando dos velhos tempos". Entre as hashtags estava "dando uma de político".
Paes saiu do MDB-RJ para fugir da associação inevitável com o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde novembro de 2016 e condenado a mais de 100 anos de prisão. O adiamento do anúncio de sua candidatura é visto como uma forma de reduzir os ataques de adversários. Com informações da Folhapress.