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O tratado para a utilização de delações premiadas e acordos de leniência firmados no Brasil, no âmbito da Operação Lava Jato, deve ajudar em pelo menos cinco investigações envolvendo a Odebrecht na Argentina.
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Os ministérios públicos dos dois países definiram, há uma semana, as bases de um pacto para a troca de informações obtidas por meio de delações, e o acordo final deve ser assinado em breve.
Segundo o jornal "La Nación", quatro juízes de Buenos Aires se debruçam sobre cinco inquéritos ligados à empreiteira brasileira, "que poderiam dar um salto qualitativo com o material da Lava Jato".
As investigações giram em torno do ex-diretor da Odebrecht para a América Latina Luiz Antonio Mameri, que deve prestar depoimento em 24 de outubro, em um caso sobre supostos pagamentos de propinas relacionadas a uma obra ferroviária.
Ao Ministério Público do Brasil, Mameri teria confessado o pagamento de US$ 2,9 milhões em subornos a funcionários do Ministério do Planejamento da Argentina, por meio de uma construtora pertencente a um primo do presidente Mauricio Macri, Ángelo Calcaterra.
Também há dois inquéritos que apuram o pagamento de US$ 25 milhões em propinas pela Odebrecht por uma obra de extensão de uma rede de gasodutos. Neste caso, o alvo do Ministério Público argentino é Márcio Faria, já condenado no Brasil.
Outra investigação gira em torno de US$ 14 milhões supostamente pagos pela empreiteira para obter a obra de uma unidade de tratamento de água no rio Paraná de las Palmas. A planta fica a cargo da estatal Agua y Saneamientos Argentinos (Aysa).
O quinto inquérito diz respeito a uma refinaria da petrolífera YPF cujo valor saltou de US$ 130 milhões para US$ 285 milhões. (ANSA)