© Adriano Machado / Reuters
O Centrão pode apresentar mais de uma alternativa de vice para a chapa do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, que receberá o apoio oficial do bloco na manhã desta quinta-feira (26). O anúncio será realizado sem a definição do vice, após o empresário Josué Gomes da Silva (PR) ter recusado o convite. Integrantes do bloco tentam convencê-lo a mudar de ideia, mas na prática já trabalham com um plano B.
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Caso não consiga definir um nome ainda nesta quinta-feira, o Centrão voltará a se reunir para tratar do assunto.
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Depois de um jantar em Brasília, Alckmin disse ter até o dia 4 de agosto, data da convenção do partido, para definir a composição de sua chapa. Admitiu, no entanto, ainda não ter recebido resposta definitiva de Josué. "Se ele puder, ótimo. Se não, sem pressa", afirmou o ex-governador, ao deixar a casa do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), onde foi realizado o encontro.
Para o tucano, a indicação do vice é "um bom problema". Durante todo o dia, dirigentes do Centrão - formado por DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade - tentavam negociar uma saída enquanto Josué, filho do vice-presidente José Alencar (morto em 2011), não se posicionava.
O Solidariedade tentava emplacar a indicação do ex-ministro Aldo Rebelo, mas o PP queria a cadeira para o empresário Benjamin Steinbruch. O presidente da Companhia Siderúrgica Nacional se filiou ao PP para ser vice do pré-candidato do PDT, Ciro Gomes, mas a estratégia naufragou com o apoio do bloco a Alckmin. Agora, Steinbruch entrou na lista dos citados para fazer dobradinha com o presidenciável do PSDB.
Segundo o presidente do DEM, ACM Neto, se houver consenso, o bloco apresentará apenas um nome. "Caso existam diversas opções, pode ser que a gente apresente mais de uma alternativa. A palavra final será de Alckmin. Nossos partidos têm bons nomes e não vamos ter dificuldade em encontrar um novo. A escolha não será tratada como um pleito deste ou daquele partido", completou.
A preferência do ex-governador por uma parceria com o deputado Mendonça Filho (DEM-PE) causou ciúmes nos demais partidos do bloco. Dirigentes do Centrão lembraram que, pelo acordo firmado, todos se comprometeram a apoiar a recondução do deputado Rodrigo Maia (RJ), que é do DEM, à presidência da Câmara, em 2019. A avaliação do grupo é a de que, em um cenário assim, com Maia reeleito para o comando da Câmara, o DEM já estaria "bem contemplado" na geografia do poder. "Acho que o vice (na chapa de Alckmin) não pode ser do DEM, porque aí já seria muita coisa", resumiu o presidente do PRB, Marcos Pereira. Na avaliação de Pereira, Josué demonstrou preocupação com a resistência de sua família e "não quer desobedecer a mamãe".
A portas fechadas, dirigentes do bloco não esconderam a contrariedade com Valdemar Costa Neto, chefe do PR, sob o argumento de que ele não poderia ter deixado Josué transformar a questão da vice em "uma novela". Muitos afirmaram que a "costura" realizada por Valdemar foi mal feita e acabou expondo Alckmin e o Centrão.
"Também acho que Josué não foi muito correto conosco. Foi deselegante, fazendo a gente esperar e acreditando nele", disse Paulo Pereira da Silva, presidente do Solidariedade. Com informações do Estadão Conteúdo.