© Bruno Cantarelli/Divulgação
Após mais de 30 anos de tropa, onde adquiriu fama de "linha dura" depois de aplicar uma gravata em um estudante durante um protesto em 2005 no Recife, o coronel aposentado da Polícia Militar de Pernambuco Luiz Meira fará sua primeira campanha majoritária concorrendo ao governo de Pernambuco pelo PRP nas eleições de 2018 com o mote "cadeia ou cova para bandidos".
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Meira, que tem como mentor o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), tem como proposta para melhorar a educação e segurança pública no Estado a militarização de escolas em áreas consideradas de risco.
"Com o apoio do governo, teremos guardas municipais fazendo a patrulha escolar e palestras. Também vamos ensinar o Hino Nacional e rever a grade curricular do Estado, quem manda é o governo, por isso, vamos colocar a disciplina de moral e cívica", afirmou o coronel aposentado, que tentou uma vaga na Assembleia Legislativa pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) em 2014, sem sucesso.
Sobre a imagem que lhe rendeu fama, Meira diz que fez seu trabalho. "É uma foto icônica mesmo, mas o fato é que não agredi aquele rapaz, apenas fiz o meu trabalho de imobilizar uma pessoa maior do que eu. Naquele ano, inclusive, não temos o registro de nenhum estudante agredido, nem ele que fez exame (de corpo delito) no IML, ou algum morto, porque nós agimos", disse.
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Hoje pré-candidato, o coronel aposentado mantém o tom belicoso no discurso. "Temos que separar o marginalizado, aquele que pratica pequenos furtos ou a mulher que transporta drogas, esses têm que ser ressocializados. O assassino, estuprador ou assaltante de banco tem que ser preso e se atirar na polícia vamos revidar", afirmou.
Crítico do Pacto pela Vida, programa de segurança pública instituído em 2007 pelo então governador Eduardo Campos, Meira diz que o projeto já nasceu condenado ao fracasso. "Foi concebido dentro da universidade por pessoas que não entendem nada do operacional", afirmou. No ano passado, Pernambuco registrou o recorde de 5.427 de assassinatos.
Suas propostas para reduzir os índices de violência do Estado são a equiparação salarial entre policiais civis e militares, a descentralização das ações "tirando da Secretaria de Defesa Social e devolvendo a autonomia aos comandos" e a instituição de um plano de carreira para os agentes de segurança com entrada única e formação mínima de dois anos.
Apesar de defender a presença forte do Estado em áreas como segurança, educação e saúde, Meira diz que é defensor da bandeira do Estado mínimo, como Bolsonaro. Ele propõe a redução de secretarias e corte de cargos comissionados e afirmou que, se eleito, um de seus primeiros atos será a construção do "Centro Administrativo de Pernambuco" no entorno da Arena de Pernambuco.
O estádio foi construído para a Copa das Confederações 2013 e Copa do Mundo 2014 e é alvo de investigação da Polícia Federal por suspeitas de superfaturamento e desvio de dinheiro.
O pré-candidato diz que os recursos para viabilizar a construção do centro sairão dos aluguéis de imóveis públicos e da venda do Parque de Exposição de Animais do Cordeiro. A área de 12 hectares na zona oeste da capital é alvo antigo da especulação imobiliária que já envolveu até mesmo a construção de um shopping.
"Com o dinheiro da venda do Parque do Cordeiro vamos colocar todas as secretarias e órgãos do governo na Arena de Pernambuco com hospital para o servidor e escola de referência. O palácio (do Campo das Princesas, atual sede do Poder Executivo) vai servir de museu e local para algumas solenidades. Com essa medida, vamos reduzir os custos, levar desenvolvimento para região oeste e diminuir em 20% o trânsito no Recife", disse. Com informações do Estadão Conteúdo.