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Cinco brasileiros foram denunciados por xenofobia e incitação ao crime pelo Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR). O grupo participou de atos violentos que marcaram um protesto ocorrido em Mucajaí (RR), em março, contra a presença dos venezuelanos no município. Os acusados vão responder pelos crimes de preconceito de raça ou de cor e por incitação ao crime.
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Os delitos ocorreram durante a manifestação que, segundo autoridades locais, tinha caráter pacífico. No dia, alguns moradores da cidade – que faz fronteira com a Venezuela – aproveitaram o momento e invadiram um abrigo municipal ateando fogo aos pertences de venezuelanos que viviam no local e expulsando os migrantes.
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“Independente da nacionalidade, quem comete crimes dessa natureza deve responder por seus atos perante a Justiça”, explicou o promotor de Justiça Ulisses Moroni, ao lembrar que qualquer ação que dissemina o ódio, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional é passível de punição no Brasil.
A manifestação foi realizada dois dias após a morte de um brasileiro, que teria ocorrido durante uma briga com venezuelanos, em um bar do bairro Sagrada Família.
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Os abrigos em Roraima têm capacidade para 6 mil pessoas. Números divulgados pela Casa Civil apontam que, no final de junho, havia 56.740 venezuelanos no estado.
Desde abril, o governo brasileiro e organizações internacionais deram início a um processo de interiorização de migrantes, levando grupos de pessoas e famílias que pediram refúgio ou residência no Brasil para cidades que manifestam interesse em abrigá-los, desafogando a situação em Roraima.
Entre abril e julho deste ano, mais de 800 venezuelanos foram retirados do estado.
A última etapa do processo ocorreu na terça-feira (24), quando 130 venezuelanos deixaram Boa Vista em um avião da Força Aérea Brasileira com destino a quatro capitais: Cuiabá, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Com informações da Agência Brasil.