© Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Os cantores Chico Buarque e Martinho da Vila visitaram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta quinta-feira (2) na sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.
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Frustando a expectativa de centenas de manifestantes que se aglomeraram ao redor da PF, os músicos não falaram com eles ou com a imprensa -deixaram o local em carros separados, que os buscaram dentro do prédio.
FESTIVAL NO RIO
Apesar de ter sido divulgado que 80 mil pessoas participaram do festival de artistas em apoio a Lula no último sábado no Rio (28), há divergências dentro da própria organização sobre o tamanho do público que compareceu à praça ao lado dos Arcos da Lapa, centro da cidade.
Segundo a reportagem apurou, duas correntes dentro da organização divergem na contabilização do público. Enquanto o setor da produção responsável por organizar a praça estimou em até 20 mil pessoas no local, a ala responsável por coordenar as apresentações de artistas no palco fala em 80 mil.
Os dois números consideram a quantidade de pessoas que circulou na praça ao longo de todo o dia. O festival teve início às 14h de sábado e terminou por volta de 1h de domingo, depois de apresentações de Chico Buarque, Gilberto Gil, Beth Carvalho, Chico César, Marcelo Jeneci, entre outros, e discursos do teólogo Leonardo Boff e do ator global Fábio Assunção.
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O evento foi organizado pela classe artística que defende Lula e teve apoio da Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, centrais sindicais e movimentos sociais de esquerda.
O cineasta Marcelo Laffite é integrante do Comitê Artístico Lula Livre e foi o responsável por coordenar as atividades na praça, ocupada com bancas de vendas de camisetas e bottoms, além de barracas de comida e bebida e também dois palcos menores que tiveram apresentações antes do palco principal.
Segundo Laffite disse, compareceram ao evento, no horário de pico de público, ao menos 12 mil pessoas, de um total de 20 mil que circularam pelo local durante todo o dia.
A conta foi feita com base no "feeling" e com a ajuda da direção do Circo Voador e da Fundição Progresso, casas de shows vizinhas aos Arcos da Lapa e que deram apoio ao festival.
"Nós contamos com o apoio da Fundição e do Circo Voador, que têm experiência nessa questão do público. Os próprios barraqueiros também nos deram sua impressão. Então, a voz do povo nos ajudou a mensurar quantas pessoas tinham ali", disse Laffite.
Já o diretor de teatro Luiz Fernando Lobo, mestre de cerimônia e responsável por organizar as apresentações no palco, tem cálculo diferente. Foi ele quem anunciou no microfone a estimativa de público da produção. No início da noite, a conta anunciada chegava a 30 mil. Depois do show do rapper Renegado, por volta das 21h, Lobo anunciou um público de 60 mil pessoas. Poucas horas depois, o telão mostrou o cálculo de 80 mil pessoas, que foi reproduzido por diversas entidades que apoiavam o ato como o número final de público naquele dia.
Lobo explicou à Folha que o cálculo é feito com base em um mapa aéreo do local do evento. A organização traça diversos círculos, do menor, mais no centro da praça, para o maior, na extremidade oposta. É feito um cálculo aproximado de quantas pessoas cabem em cada círculo e a organização estima público a medida que esses círculos vão se enchendo de gente.
"Nós temos um mapa aéreo e fazemos com uma ponta de compasso vários círculos, aumentando seu tamanho. Então conseguimos entender que se encher até determinado ponto, tem determinada quantidade de gente. E por ai vai", disse Lobo.
Questionado sobre o número final de 80 mil pessoas, ele explicou que seria a quantidade de pessoas que passou no local ao longo de todo o dia. Ele admitiu, contudo, que o número anunciado pode ser um pouco maior do que o que realmente aconteceu. "Os 80 mil seriam um pouco mais do que estava lá, mas considerando que teve muita gente que chegou mais cedo e saiu antes do fim, é possível dizer que essa conta é próxima da realidade", disse Lobo.
Um dirigente da Frente Brasil Popular que pediu que seu nome fosse preservado disse que é comum que em eventos como esse "a realidade se confunda com entusiasmo" e que as informações da assessoria de comunicação e a assessoria política cheguem desencontradas no palco.
A PM do Rio deixou de divulgar à sociedade as estimativas de público de atos de protesto no Rio desde 2014, quando emergiram na cidade protestos pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff. Com informações da Folhapress.