© Ivan Storti/Santos FC
O atacante Diogo Vitor, suspenso por doping pela Fifa por substância presente na cocaína, corre o risco de sofrer rescisão contratual com o Santos. O jogador abandonou o tratamento estipulado pelo clube e já está sumido há dois meses. Ele nem sequer atende às ligações dos profissionais do clube paulista.
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O Santos notificou Diogo Vitor via cartório e alega que o jogador assinou a notificação. Mesmo assim, o atacante continua desaparecido. Ele não compareceu a nenhum setor do clube neste período: Vila Belmiro, CT Rei Pelé ou categorias de base.
Por conta disso, o departamento jurídico do Santos já estuda duas medidas: suspender o salário de R$ 80 mil mensais de Diogo Vitor e até rescindir o seu contrato. Há uma cláusula no vínculo de Diogo Vitor com o Santos que permite rescisão contratual por conta de atrasos, noitadas e indisciplinas.
O tratamento de Diogo Vitor obrigava o jogador a realizar terapias com psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais, contratados pelo clube paulista, além de manter o condicionamento físico visando seu retorno ao futebol após suspensão.
Diogo Vitor foi afastado preventivamente do futebol em 26 de abril por ter sido flagrado em exame antidoping -em seu organismo, constava uma substância presente na cocaína.
No mês seguinte, o Santos convidou o ex-jogador e comentarista da TV Globo, Walter Casagrande, para realizar uma palestra contra drogas para os atletas de todas as categorias de base do clube. Neste dia, Casagrande teve uma conversa particular com Diogo Vitor.
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Diogo Vitor não atendeu as ligações do UOL Esporte. O seu agente, Wagner Ribeiro, admitiu que o atleta encara novos problemas particulares, mas alega que o momento é ajudar o ser humano e não somente o profissional e, por isso, prefere evitar qualquer comentário sobre o assunto.
O sumiço do tratamento de doping é mais um capítulo negativo na curta carreira de Diogo Vitor no futebol. Neste ano, mesmo antes do doping, o atleta colecionou atrasos em treinos e foi visto em madrugadas por dirigentes do Santos em dias que o elenco treinava pela manhã. Por conta disso, Diogo Vitor perdeu espaço com o técnico Jair Ventura. O jogador sofreu apenas "afastamentos pontuais", sempre permaneceu no elenco principal, mas perdeu a oportunidades de ser o "camisa 10" titular que o clube paulista buscava no mercado no primeiro semestre.
Considerado uma das apostas das categorias de base do clube, o atacante sumiu do clube em 2016 e não participou da Copa São Paulo daquele ano. Após longo período sem dar retorno, Diogo alegou dor de dente e ainda rejeitou o tratamento do clube.
Depois, sumiu novamente, desta vez alegando que a avó havia falecido. A cúpula santista ficou sensibilizada com o fato e ligou na casa do jogador, mas se surpreendeu mais uma vez, já que a própria avó atendeu a ligação.
A família admitiu que Diogo Vitor ficou deslumbrado com o dinheiro que recebeu após assinar o seu primeiro contrato com o Santos. O atacante ganhou luvas de seus empresários e gastou o montante comprando um Camaro. Ficou famoso nas noitadas de Santos, arrumou confusões e teve até que voltar à sua cidade-natal, em Coqueiral-MG.
A aposta na qualidade técnica do jogador fez o Santos dar novas oportunidades ao jogador, apesar dos problemas extracampo. Passou pelo time B e parecia que finalmente se firmaria no profissional na atual temporada, na qual teve chances na equipe comandada por Jair Ventura no início do ano e chegou a fazer o gol do empate em confronto contra o Corinthians no Paulistão 2018.
Na semifinal contra o Palmeiras, porém, viveu momento complicado ao perder pênalti que culminou na eliminação da equipe da Baixada. Na ocasião, pediu desculpas aos torcedores e disse viver o pior momento da carreira.
Com informações da Folhapress.