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Um morador da Asa Sul, na região central de Brasília, identificado como Jonas Zandoná, de 44 anos, foi preso no início da noite de ontem (6), suspeito de assassinar sua companheira, Carla Zandoná, de 37 anos, no imóvel do casal.
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A Polícia Militar informou que a corporação foi acionada por vizinhos da vítima, que foi encontrada no pátio do prédio, na 415 sul, após cair do terceiro andar. Em estado de saúde gravíssimo, a mulher foi socorrida por uma vizinha, cabo do Corpo de Bombeiros, e levada ao Hospital de Base do Distrito Federal. Ela morreu em seguida.
Em depoimento nesta terça-feira aos investigadores, o aposentado Salmon Lustosa Elvas, de 75 anos, que dividia o apartamento com o casal, contou que, um dia antes do possível assassinato, o suspeito havia tentado estrangular a companheira. Segundo o portal G1, o aposentado disse que estava em casa no momento da agressão e também quando ocorreu a queda.
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De acordo com a PM, o marido da vítima foi encontrado no apartamento do casal, embriagado e empunhando uma faca. Ele foi imobilizado pela equipe de policiais que arrombou a porta do local. O acusado foi encaminhado à 1ª Delegacia de Polícia. Questionado, o homem afirmou à polícia que não sabia o que havia acontecido. As informações são da Agência Brasil.
Testemunhas ouvidas pelos policiais comentaram que o casal tinha brigas constantes, o que intensifica os indicativos de que a vítima estava sendo submetida a um ciclo de violência doméstica. A Polícia Civil, que classifica o crime como feminicídio – homicídio motivado por misoginia, isto é, ódio e desprezo contra mulheres – , informa que, após ter sido autuado, Jonas teria dito na delegacia a outro preso que ele estava ali por ter matado a esposa.
A hipótese de feminicídio toma força diante do depoimento de outra testemunha que sustenta que, ao presenciar a queda da mulher, interfonou para o apartamento do casal. O marido atendeu à ligação, mas desligou logo depois.
De acordo com a corporação, o homem deverá responder por homicídio triplamente qualificado, cometido por motivo torpe, por uma questão de gênero e por ter impossibilitado a defesa da vítima.
Durante a audiência de custódia, nesta terça (7), o juiz Aragonê Nunes determinou que a prisão de Jonas Zandoná seja convertida em preventiva. Com isso, ele ficará detido por tempo indeterminado.
"Com efeito, os fatos são concretamente graves. Segundo consta, o autuado teria jogado sua companheira pela janela, permanecendo na residência como se nada tivesse acontecido. Some-se a isso os relatos trazidos pelas testemunhas, no sentido de que as brigas, agressões e ameaças seriam constantes", declarou.
Os policiais vão verificar se existem imagens no local que possam esclarecer o caso. O casal, destacou a Polícia Civil, tem um filho, já maior de idade.