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Um dia depois de afirmar que que o Brasil herdou a "indolência" dos indígenas e a "malandragem" dos africanos, o general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), vice do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), reafirmou que a declaração foi feita quando ele se manifestava sobre a herança cultural do país, sem distinção de cor ou raça.
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"O contexto que coloco é da herança cultural, tendo como base estudiosos gabaritados da nossa nacionalidade. Esse contexto trouxe heranças positivas e negativas, sem distinção de cor e raça, para todos os brasileiros", disse, em nota distribuída pela sua assessoria de imprensa nesta terça (7).
Segundo a assessoria, a intenção é de esclarecer as falas do general da reserva, cujo conteúdo "está sendo questionado por parte da imprensa e concorrentes à presidência".
As falas do candidato a vice que provocaram questionamentos foram feitas durante evento da Câmara de Indústria e Comércio de Caxias do Sul (RS).
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Ele disse: "Temos uma herança cultural, uma herança que tem muita gente que gosta do privilégio (...) Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem (...) é oriunda do africano", afirmou. "Então, esse é o nosso cadinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas."
Mourão foi procurado pela Folha para comentar o conteúdo da declaração e ressaltou que também falou do privilégio dos brancos. "Não tem nada demais, até porque sou descendente de indígenas. Não é acusação para nenhum grupo, isso não existe. Temos uma raça brasileira, a junção de tudo isso aí", disse.
Ele argumentou, ainda, que suas frases foram retiradas de contexto. "O que acontece é que as pessoas pinçam determinadas frases e querem retirar do contexto em que foram colocadas. Estava falando da herança cultural de forma genérica."
A presidenciável Marina Silva (Rede) criticou a declaração de Mourão em suas redes sociais. "Extremismo e racismo são uma combinação perigosa. Não podemos tolerar racismo numa corrida presidencial", escreveu.
Esta não foi a primeira fala polêmica do general. Em fevereiro, ele afirmou que o coronel Carlos Brilhante Ustra é um herói por ter combatido o terrorismo. Ustra foi reconhecido pelo Poder Judiciário, em ação declaratória, como torturador.
Mourão também já disse que uma intervenção militar poderia ser adotada se o Poder Judiciário não solucionasse o problema político, em referência aos casos de corrupção. Com informações da Folhapress.