Eunício lidera lista de políticos que enriquecem em cargos públicos

Em quatro anos, entre 2010 e 2014, patrimônio do presidente do Senado quase triplicou, foi de R$ 62,2 milhões para R$ 99 milhões

© Jane de Araújo/Agência Senado

Política Patrimônio 07/08/18 POR Notícias Ao Minuto

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), que viu o patrimônio crescer R$ 62,2 milhões em quatro anos, entre 2010 e 2014, tem a companhia de governadores, senadores e deputados entre os políticos que enriqueceram no exercício dos mandatos. O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, e o deputado Leonardo Quintão (MDB-MG) estão entre os recordistas.

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Em alguns casos, políticos viram seu patrimônio multiplicado três, cinco, mais de dez vezes, sem considerar a correção dos bens já adquiridos. A variação patrimonial se limita a novos bens adquiridos no exercício dos mandatos. As informações são da Agência Contas Abertas.

Os dados - fornecidos pelos próprios políticos à Justiça eleitoral no momento do registro das candidaturas - podem ser consultados rapidamente no site Capital dos candidatos, desenvolvido numa parceria do Laboratório Analytics da Universidade Federal de Campina Grande com o Ministério Público da Paraíba.

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É possível identificar a variação de patrimônio de candidatos a todos os cargos públicos, de presidente da República a vereador. Em breve, serão incluídas nessa base de dados as relações de bens declarados pelos candidatos às eleições de 2018.

No ranking dos políticos que mais enriqueceram no exercício de mandatos, ninguém perde para o senador Eunício Oliveira (MDB-CE). Em quatro anos, entre 2010 e 2014, seu patrimônio quase triplicou. Cresceu R$ 62,2 milhões, sem contar a valorização de bens no período, e alcançou R$ 99 milhões. Os bens mais valiosos registrados são os 99% do capital da Remmo Participações S.A., que controla a Confederal Vigilância e Transportes de Valores e a empresa Corpvs, avaliados em R$ 19,8 milhões, um saldo na conta do Banco de Brasília de R$ 14 milhões e mais a compra de animais, avaliados em mais de R$ 5 milhões. Oliveira é candidato à reeleição em 2018.

A posse de animais também justifica parte do aumento patrimonial de Marconi Perillo, que declarou R$ 1,3 milhão pela compra de “bovinos, equinos e bufalinos”. O ex-governador chegou a 2014 com um patrimônio de R$ 7,5 milhões, o equivalente a 2,3 vezes o patrimônio que detinha apenas quatro anos antes. A relação de três governadores que mais enriqueceram no período do mandato é completada pelo governador Simão Jatene, do Pará e pelo ex-governador Beto Richa, que, assim como Perillo, renunciou ao cargo para disputar uma vaga no Senado em 2018. Os três são do PSDB.

Proporcionalmente ao patrimônio que detinha quatro anos antes, o senador Amando Monteiro (PTB-PE) foi quem mais ampliou seu patrimônio, multiplicado em mais de 12 vezes. Monteiro foi presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) antes se eleger senador, em 2010, e agora disputa o governo de Pernambuco. O crescimento foi de R$ 13,6 milhões, até 2014. Ana Amélia Lemos (PP-RS), cotada para ser vice na chapa do tucano Geraldo Alckmin ao Planalto, registrou o terceiro maior aumento de patrimônio entre os senadores eleitos.

Na Câmara dos Deputados, o recordista foi Leonardo Quintão (MDB-MG), que viu o patrimônio crescer quase sete vezes em quatro anos, uma variação de R$ 15,2 milhões. Chama a atenção na relação de bens a quantidade de dinheiro espécie declarada pelo deputado: R$ 2,6 milhões, além de uma casa de R$ 10 milhões comprada no Vale do Sereno, em Nova Lima (MG). A atuação de Quintão foi marcada pela relatoria do Código de Mineração, mas o projeto não chegou a ser aprovado na forma que propôs.

Seguem Quintão no ranking de enriquecimento entre 2010 e 2014 os deputados Alfredo Kaefer (PP-PR) e Sérgio Zveiter (DEM-RJ), quando ocupavam seus primeiros mandatos na Câmara. Eles tiveram o patrimônio acrescido em R$ 12,8 milhões e R$ 11,7 milhões, respectivamente.

Há casos de políticos que perderam patrimônio no exercício do cargo. O deputado João Maia (PR-RN) declarou um encolhimento de R$ 11,7 milhões em seu patrimônio e não chegou a ser reeleito em 2014. O ex-governador Confúcio Moura, que renunciou ao governo de Rondônia com planos de disputar o Senado, declarou perda de R$ 2 milhões. Já o senador Eduardo Braga (MDB-PA) declarou uma redução de R$ 5,7 milhões em seu patrimônio entre 2010 e 2014.

O monitoramento da evolução do patrimônio de ocupantes de cargos públicos é uma das medidas propostas no Pacote Anticorrupção lançado pela Transparência Brasil, em parceria com entidades da sociedade civil.

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