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Desde o ano passado, artesãos italianos lutam pela proteção de um distinto chocolate produzido na cidade de Módica, na região da Sicília. O período de três meses no qual os estados membros da União Europeia poderiam se opor à decisão da Comissão venceu nesta terça-feira (7), sem nenhuma objeção levantada.
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Desta forma, a Comissão deve seguir com o registro do "Chocolate de Módica" para indicação geográfica protegida (PGI, na sigla em inglês), uma lei do bloco europeu para proteger a qualidade dos alimentos regionais e promover atividades agrícolas. O pedido foi enviado em junho de 2017, e até o próximo outono europeu a denominação para proteção deve entrar em vigor.
A nomeação certifica a autenticidade de produtos únicos de uma área. "Esse produto é um tesouro para a nossa região e deve ser protegido das imitações a qualquer custo", afirmou o político italiano Antonino Minardo. O chocolate de Módica é produzido de acordo com uma técnica original dos Astecas, e se aproxima ao primeiro chocolate já consumido pelo povo que habitou as Américas.
A receita chegou na Sicília pelos exploradores espanhóis, que trouxeram comidas exóticas de suas missões de conquista do Novo Mundo. E como a região italiana era governada pela Espanha naquela época, o chocolate acabou ficando por lá. A técnica envolve moer os grãos de cacau e aquecer para obter uma massa fluída. Acrescenta-se o açúcar e as especiarias desejadas para dar sabor. A massa é mantida a temperaturas que não passam de 40ºC, muito menores do que as usadas no processo industrial.
Assim, os artesãos acreditam que esse processo manual é o que preserva as características benéficas do cacau e dá um sabor e textura incomparáveis ao chocolate. Os produtores ainda esperam que o doce adquira oficialmente o status PGI. Caso o reconhecimento aconteça, a Itália terá o primeiro chocolate protegido da Europa. (ANSA)