Greve de caminhoneiros reduz em 8,3% abate de frangos no 2º trimestre

O país deixou de abater 123 milhões de cabeças de frango na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano

© Danish Siddiqui/Reuters

Economia efeitos 09/08/18 POR Folhapress

A paralisação de caminhoneiros ocorrida ao longo de 11 dias no fim de maio e início de junho levou à queda de 8,3% no volume de abate de frangos no país no segundo trimestre de 2018, frente aos três primeiros meses do ano, apontou nesta quinta-feira (9) o IBGE.

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De acordo com a pesquisa trimestral do Abate de Animais, o país deixou de abater 123 milhões de cabeças de frango na passagem do primeiro para o segundo trimestre do ano. De janeiro a março, 1,47 bilhão de cabeças de frango foram abatidas, enquanto no trimestre seguinte, esse número foi de 1,35 bilhão.

Na comparação anual, do segundo trimestre deste ano com igual período do ano passado, também houve queda, mas em menor intensidade, de 5,4%, ou de 45 milhões de cabeças de frango no período.

Entre as proteínas analisadas pelo IBGE, o frango foi a única que teve quedas expressivas no abate em razão da paralisação de caminhoneiros.

A mobilização dos caminhoneiros, que levou a bloqueios em diversas rodovias do país, gerou desabastecimento de alimentos in natura e combustíveis.

Produtores de frango perderam produção pela dificuldade em receber em suas fazendas ração para os animais. Sensíveis a mudanças na rotina, muitos frangos morreram antes da chegada do peso correto para o abate.

Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), antes da paralisação de caminhoneiros, o setor de frangos já vinha sofrendo impacto no segundo trimestre da alta dos custos de produção, principalmente das rações, em razão de aumentos de preços dos grãos em geral, como milho e soja, utilizados na alimentação dos animais.

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A associação destaca ainda como fator negativo o caso ocorrido em abril passado, quando a União Europeia embargou a importação de frangos de 20 frigoríficos brasileiros por questões sanitárias. Esses dois casos somados à paralisação de caminhoneiros explicam, segundo a ABPA, a queda expressiva na produção de frangos no segundo trimestre deste ano.

O país teve no segundo semestre um recuo de 9% na produção de leite cru frente ao ao verificado no primeiro semestre deste ano. Foram 537 milhões de litros a menos no período. A relação é quase a mesma para o leite industrializado. Foram 548 milhões de litros a menos, ou queda de 9,1% na passagem do primeiro para o segundo trimestre.

Além dos frangos, o país teve queda no abate de bois e vacas, mas apenas na comparação do segundo trimestre deste ano com o trimestre imediatamente anterior. No período, houve queda de 0,4% no abate de bovinos em geral. Esse percentual representa 32 mil cabeças de gado abatidas a menos, de um total 7,69 milhões. Na comparação anual, do segundo trimestre com igual período do ano passado, houve aumento de 3,6% na quantidade de cabeças de gado abatidas no período.

Apesar de os bovinos não terem registrado impacto tão grande no volume de abates no segundo trimestre em razão da mobilização de caminhoneiros, houve impacto na produção de leite.

Durante a crise viu-se que muitos produtores de leite, sem ter como escoar suas produções, decidiram por jogar fora seus estoques que estavam prestes a estragar. Esses volumes não chegaram aos centros de distribuição.

A produção de couro também experimentou queda no segundo trimestre frente aos três primeiros meses deste ano, de 11,9% no couro curtido e de 7,4% no couro cru. O país teve no período recuo de produção da ordem de 635 mil unidades de couro cru e de cerca de 1 milhão no couro curtido.

Ovos e carne suína foram as duas proteínas que tiveram aumento no período, a despeito dos impactos da paralisação de caminhoneiros. A produção de ovos, porém, se saiu muito melhor e as 875,6 milhões de dúzias produzidas no segundo trimestre representaram alta de 1,3% em relação ao primeiro trimestre e também o recorde histórico da série da pesquisa iniciada em 1987.

O país produziu 11 milhões de dúzias de ovos a mais no segundo trimestre deste ano, frente aos três primeiros meses de 2018. Na comparação anual, do segundo trimestre com igual período do ano passado, a alta na produção de ovos foi de 4,5%. Com informações da Folhapress.

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