Sem-teto deixam Largo do Paissandu, em SP, 101 dias após tragédia

Desocupação da área era negociada com as famílias havia algumas semanas pela Prefeitura de São Paulo

© Nacho Doce/Reuters

Brasil desabamento 11/08/18 POR Folhapress

Pouco mais de três meses após a criação de um acampamento no largo do Paissandu, no centro de São Paulo, sem-teto desmontaram seus barracos e deixaram o local na tarde desta sexta-feira (10). A praça pública estava ocupada desde o incêndio e desabamento de um prédio no local, em 1º de maio.

PUB

A desocupação da área era negociada com as famílias havia algumas semanas pela Prefeitura de São Paulo. A saída voluntária, apesar de tardia, trouxe alívio à gestão do prefeito Bruno Covas (PSDB), que não precisou usar a força da GCM (Guarda Civil Metropolitana) para desmontar os barracos e retomar um espaço público. Covas hesitava em relação a isso, à espera dessa saída pacífica ocorrida agora.

Nesse período, a hesitação da prefeitura foi acompanhada de tentativas pouco ortodoxas das defensorias públicas estadual e da União que acabaram não acatadas pela Justiça, como disponibilizar imóveis ociosos no centro para abrigá-los.

A Promotoria, por sua vez, demorou a atuar em relação às crianças do acampamento e atribuiu ao conselho tutelar a função de monitoramento.

+ Explosão na Usiminas provoca abalo de 1,86 grau na escala Richter

O esvaziamento nesta sexta-feira ocorreu sem confronto, e os sem-teto deixaram o largo, após acordo com a prefeitura para serem acolhidos em centros municipais especializados. A maioria daqueles que ainda estavam na praça foi encaminhada a um novo espaço direcionado para núcleos familiares, na região central da cidade.

Outros sem-teto já haviam deixado o local e se cadastrado em programas sociais ou passaram a viver em centros de acolhimento ou mesmo com familiares.

Assim que os sem-teto deixaram o Paissandu, a prefeitura iniciou a limpeza do largo, que tinha forte cheiro. Agentes de limpeza recolheram roupas, colchões e cobertores deixados para trás. Depois disso, equipes de varrição e com jatos de água também atuaram na via pública.

No entorno da igreja centenária, nas últimas semanas, se acumulam restos de comida e poças formadas pela água usada para lavar a louça. A falta de limpeza também contribuía para a proliferação de pulgas e piolhos. A prefeitura, diante da resistência dos acampados, não conseguia fazer a devida limpeza do largo durante a ocupação.

"O largo melhorou muito com essa limpeza. Mudou da água pro vinho. E espero que também tenham mudado para melhor as condições de vida das pessoas que estavam morando aí", diz o comerciante do largo do Paissandu Francinaldo Sousa, 42. "Não sei como as crianças que viviam aí não pegaram uma pneumonia ou alguma outra doença grave".

A prefeitura estima que 37 famílias ainda ocupavam o largo nesta semana. Eles, porém, não eram os mesmos dos dias após a tragédia.

Os desalojados que ocupavam o edifício Wilton Paes de Almeida deixaram os barracos de lona à medida em que passaram a receber o auxílio aluguel de R$ 400 mensais pagos a vítimas de desastres. Eles também foram cadastrados em programas habitacionais que concedem moradia a pessoas de baixa renda.

Foi a partir da saída dos desalojados que as barracas no Paissandu passaram a servir de moradia a sem-teto que nunca estiveram no prédio incendiado, mas viram ali uma chance de receber o auxílio aluguel e também furar a fila da habitação.

No fim da tarde, Lindailvo da Silva, 43, ainda andava pelo largo já sem barracas. O local foi sua moradia improvisada por três meses. Ele diz que seu irmão morava no edifício Wilton Paes de Almeida e que quando soube da tragédia, correu para ajudar os desabrigados. Desde então, ele diz ter passado a morar ali, à espera de doações.

Após a remoção das barracas, ele diz que dormirá na casa de uma irmã, no bairro da Luz, na região central. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 13 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 5 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 14 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 13 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 11 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

esporte Indefinição Há 13 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

brasil São Paulo Há 13 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

economia LEILÃO-RECEITA Há 11 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama Documentário Há 5 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama LUAN-SANTANA Há 14 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento