© Max Rossi / Reuters
Uma das vítimas do escândalo de pedofilia na Pensilvânia, Estados Unidos, afirmou que a carta do papa Francisco sobre os casos de abuso na Igreja Católica não oferece "soluções".
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Jim Faluszczak, 49 anos, é um ex-padre que testemunhou perante a Justiça da Pensilvânia e disse ter sido violentado por sacerdotes. Ele é uma das mais de mil vítimas citadas em um relatório dos investigadores, que lista cerca de 300 religiosos envolvidos em crimes sexuais.
Segundo Faluszczak, se o Papa não consegue encontrar soluções imediatas, ele deveria "renunciar", para permitir que os católicos achem outro líder que possa fazê-lo. O sobrevivente abandonou o sacerdócio e hoje trabalha com vítimas de abusos sexuais.
Na última segunda-feira (20), em uma ação inédita na história moderna da Igreja, Francisco divulgou uma carta ao "povo de Deus" em sua totalidade para tratar dos escândalos de pedofilia que abalaram a imagem do catolicismo.
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Tal instrumento, a "carta ao povo de Deus", já havia sido utilizado anteriormente, mas em nível de país, como uma carta do próprio Jorge Bergoglio aos chilenos, ou de gênero, como uma de João Paulo II às mulheres.
No documento, Francisco insta toda a comunidade católica a se unir para coibir abusos na Igreja e evitar que crimes continuem sendo acobertados. Além disso, faz um "mea culpa" e reconhece que a Santa Sé demorou para agir.
"A solidariedade exige que denunciemos tudo o que possa comprometer a integridade de qualquer pessoa", diz a carta, em um claro recado a autoridades eclesiásticas que encobrem crimes de colegas.
Além do escândalo nos EUA, a Igreja se vê às voltas com casos de pedofilia em países como Chile e Austrália. Até mesmo um aliado próximo do Papa, o cardeal australiano George Pell, prefeito licenciado da Secretaria de Economia do Vaticano, é réu por abusos contra menores, supostamente cometidos nas décadas de 1970 e 1990.
O presidente da Conferência Episcopal da Austrália, Mark Coleridge, disse nesta terça-feira (21) que as palavras de Francisco são "importantes", mas ressaltou que é hora de "agir". (ANSA)