© Aaron Bernstein / Reuters
Michael Cohen, ex-advogado pessoal do presidente Donald Trump, e a Procuradoria americana fecharam, nesta terça-feira (21), um acordo para encerrar uma investigação de meses envolvendo acusações de potencial fraude bancária, evasão fiscal e violações de regras de financiamento de campanha.
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Cohen vai se declarar culpado às 15h (16h de Brasília) em uma corte de Manhattan, depois de ter costurado um acordo entre seus advogados e a Procuradoria.
Os rumores sobre o acordo começaram depois que, na manhã desta terça, Cohen foi visto entrando no escritório de seu advogado. Ele não respondeu a perguntas. Os advogados de Cohen, Guy Petrillo e Lanny Davis, e a Procuradoria dos Estados Unidos não quiseram comentar a possibilidade de acordo.
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O acordo negociado não deve incluir a cooperação de Cohen com o governo, mas deve ajudar a manter o caso longe dos holofotes e a evitar as incertezas de levar o processo a julgamento.
Cohen fez parte do círculo pessoal de Trump por mais de uma década, atuando como seu advogado pessoal nas Organizações Trump e aconselhando o presidente após as eleições.
Recentemente, Trump se distanciou de Cohen, que, por sua vez, declarou que é leal acima de tudo à sua família e ao país, e não ao presidente.
A investigação foi encaminhada à Procuradoria de Nova York por Robert Mueller, procurador especial e que tem sido alvo preferido das críticas do republicano por causa da investigação da interferência russa nas eleições de 2016.
Um mandado do FBI (polícia federal americana) deu acesso aos negócios de Cohen e permitiu que os investigadores conhecessem os bancos que emprestaram dinheiro a ele e os pagamentos feitos para abafar notícias negativas durante a campanha presidencial.
Entre esses pagamentos estariam os US$ 130 mil (R$ 519 mil) à ex-atriz pornô Stephanie Clifford, conhecida pelo nome artístico Stormy Daniels e que afirma ter tido um caso com Trump em 2006.
As revelações sobre o encontro sexual da atriz com Trump, em entrevista à rede CBS, causaram furor nos EUA. Trump, que na época já era casado com a primeira-dama, Melania Trump, nega o affair e o pagamento.
Em julho, a CNN revelou áudio em que Cohen e Trump discutem o pagamento, também em 2016, a uma modelo para que não contasse sobre o caso extraconjugal que teve com o empresário em 2006.
Também são analisados US$ 20 milhões (R$ 80 milhões) em empréstimos obtidos por Cohen e a companhia de táxi de sua família, segundo o The New York Times.
Há suspeita de que ele tenha alterado o valor dos ativos que possui para obter os empréstimos de duas instituições financeiras. Outro ponto em questão é se o ex-advogado pessoal de Trump relatou corretamente sua renda à Receita Federal americana. Com informações da Folhapress.