Após decisão da ONU, PT muda estratégia e atrasa recursos no STF e STJ

Partido quer intensificar o discurso de que a instituição defende a candidatura de Lula

© Ricardo Stuckert / Divulgação

Política Eleições 21/08/18 POR Folhapress

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu mudar de estratégia e atrasar a ofensiva de recursos nos tribunais superiores, como STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar garantir a candidatura do petista ao Planalto.

PUB

Com aval do ex-presidente, os advogados resolveram pela mudança de tática depois da manifestação do Comitê de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) que, na sexta-feira (17), pediu ao Brasil que não impeça Lula de concorrer à eleição até que o caso transite em julgado (quando não existe mais possibilidade de recorrer).

+ Turma do STF mantém liberdade concedida a José Dirceu

A ideia é explorar politicamente ao máximo a questão da ONU no processo que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A procuradora-geral Raquel Dodge e o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) já contestaram a validade do registro da candidatura do ex-presidente.

O prazo para as contestações termina na quarta-feira (22). Depois, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no TSE, vai abrir prazo de sete dias para a defesa se manifestar.

É neste período que o PT pretende intensificar o discurso de que a ONU defende a candidatura do ex-presidente.

A cúpula petista acredita que é preciso prolongar os prazos o quanto for possível com o discurso de que Lula é candidato para tentar garantir mais força na transferência de votos do ex-presidente para seu afilhado político, Fernando Haddad, hoje vice na chapa do PT ao Planalto. O partido registrou a candidatura da chapa no dia 15 de agosto, no limite do prazo permitido por lei, em outro movimento para esticar a exposição do ex-presidente como candidato.

A tese de Lula e de dirigentes do PT é que, quanto mais próximo ao primeiro turno se der a substituição do nome do ex-presidente na urna, maior será a possibilidade de seu espólio eleitoral ser herdado por Haddad, que deverá assumir a candidatura se Lula for declarado inelegível.

Em conversas reservadas, petistas admitem que dificilmente o Judiciário brasileiro vai acatar a recomendação do comitê da ONU, mas ressaltam que é essencial explorar o fato politicamente, inclusive para ampliar a campanha internacional a favor do líder da legenda.

O plano é fortalecer o discurso de que não é uma recomendação da ONU, mas uma liminar que deve ser cumprida pelo Brasil, já que o país se comprometeu com as regras da organização.

Advogados do petista haviam planejado para esta semana uma ofensiva nos diferentes tribunais superiores para discutir a questão criminal e, consequentemente, sua eventual situação de inelegibilidade provocada pela Lei da Ficha Limpa.

A tática da defesa era já entrar com recursos contra a condenação no STJ e, em seguida, no STF, ao mesmo tempo em que a questão do registro da candidatura era analisada pelo TSE.

O adiamento da batalha jurídica nos tribunais superiores -STJ e STF- servirá para que a estratégia no TSE ganhe mais visibilidade e não acabe sombreada pelas investidas nas outras cortes.

Sancionada em 2010, a Ficha Limpa torna inelegíveis pessoas condenadas em segunda instância por crimes como o de corrupção. Lula foi condenado pela segunda instância, pelo TRF-4 (Tribunal regional Federal da 4ª Região), a 12 anos e um mês de prisão no caso do tríplex de Guarujá (SP), investigado pela Lava Jato.

Nos outros tribunais, o PT vai defender o argumento central de que, apesar de condenado em segunda instância, o processo de Lula não transitou em julgado (ou seja, que ainda há possibilidade de recursos).

A defesa entende que Lula ainda não pode ser considerado inelegível porque STJ e STF ainda não examinaram o caso e tem o objetivo de garantir que o TSE não o elimine da disputa antes da resposta das cortes.

Ministros dos tribunais superiores ouvidos pela reportagem afirmam que a candidatura de Lula deve ser barrada por causa das condições impostas pela Ficha Limpa. Eles destacam que a legislação brasileira é soberana e, apesar de o país ser signatário de tratados de direitos humanos, a questão é objetiva acerca da lei brasileira. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Harry e Meghan Markle Há 2 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama Vídeo Há 2 Horas

DiCaprio é acusado de 'comportamento desrespeitoso' em hotel

politica Investigação Há 2 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

esporte Redes Sociais Há 21 Horas

Neymar rebate declaração de Rodri sobre Vini Jr: 'Virou falador'

fama Documentário Há 21 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama Miley Cyrus Há 22 Horas

Miley Cyrus sobre o namorado: "Não levamos a vida muito a sério"

fama MARIA-FLOR Há 19 Horas

Todo mundo diz que tenho cara de boazinha, mas sou brava, diz Maria Flor

fama FAUSTÃO-SAÚDE Há 23 Horas

João Silva diz que Faustão está 'cada dia melhor' após dois transplantes

fama Fantasias Há 23 Horas

Descubra as fantasias íntimas dos famosos

lifestyle Hipertensão Há 22 Horas

Cardiologista indica nove hábitos que previnem 'inimigo silencioso'