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Os oficiais negociaram sua saída, mas outros moradores se aproveitaram da situação e causaram tumulto, ateando fogo a pedaços de madeira para protestar contra a ação.
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De acordo com o major da Polícia Militar, Maurício de Araújo, responsável pela operação, a desocupação foi informada aos moradores com antecedência. “Nós fizemos uma ação tática e técnica de retirada usando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. A reintegração começou as 5h e eles não só foram notificados como houve uma reunião preparatória com representantes, além disso foi panfletado anteriormente e viaturas nossas passaram aqui durante a semana avisando”, explicou.
Uma senhora de outro assentamento foi detida por desacato aos policiais e por obstrução à Justiça.
A determinação de reintegração de posse partiu da 7ª Vara Cível do Foro Regional de Santo Amaro com a requisição de que a Polícia Militar auxiliasse na operação. De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, houve uma reunião no dia 16 de maio com a presença de moradores, advogados, representantes da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), da Polícia Militar, entre outros. No dia 26 foi feita outra reunião e foram impressos mil panfletos sobre a reintegração de posse, para serem distribuídos no assentamento.
Os moradores negam ter recebido algum comunicado oficial. Segundo um dos representantes dos moradores, Jonny Maikon Silva, os invasores chegaram há pelo menos três meses e esperam o apoio do governo para que encaminhe as famílias a programas habitacionais. “Trouxeram para nós um papel que nada diz e hoje vieram nos retirar. Nós não vamos sair. Nós queremos moradia. Me dê um apartamento de um valor que eu possa pagar que eu pago. Ninguém aqui quer guerra”. Os invasores alegam não ter para onde ir caso sejam de fato retirados do local.
A CDHU informou que o terreno trata-se de uma área de proteção ambiental que integra o Conjunto Campo Limpo e que começou a ser ocupado em abril. “Ao tomar ciência dos fatos, a CDHU reuniu-se com os invasores e tentou convencê-los a desocupar a área pacifica e voluntariamente, enquanto a CDHU verificava a possibilidade de atendê-los via programas de parcerias”. De acordo com a CDHU, como não houve êxito a empresa acionou a Justiça e no dia 28 de abril foi deferida liminar para reintegração de posse. A CDHU colocou a disposição dos moradores 20 caminhões, 80 ajudantes, cinco vans e uma ambulância, além de funcionários das áreas de apoio.