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O eleitor brasileiro não prevê uma melhora na economia, segundo pesquisa do Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de agosto.
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O desemprego, um dos indicadores em situação mais grave no país, ainda deverá piorar na visão de 48% dos entrevistados. Para 19%, a situação terá uma melhora.
As respostas revelam um pessimismo semelhante ao da pesquisa anterior, realizada no início de junho: 46% previam uma piora, e 22%, uma melhora no emprego.
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As variações estão dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O levantamento, feito a pedido da Folha de S.Paulo e da TV Globo, entrevistou presencialmente 8.433 pessoas em 313 municípios. O nível de confiança dos resultados é de 95%, registrado na Justiça Eleitoral sob o protocolo BR 04023/2018.
O desemprego no país começou a disparar a partir de 2015, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A taxa, que era de 6,5% ao fim de 2014, atingiu seu pico, de 13,7%, no primeiro trimestre de 2017. O resultado mais recente do instituto, do segundo trimestre deste ano, mostrou uma taxa de 12,4%.
A melhora, porém, é considerada modesta pelos especialistas em mercado de trabalho, principalmente porque o aumento de empregados é puxado por trabalhadores informais.
Além disso, há um aumento no número de brasileiros que desistiram de procurar emprego –os chamados desalentados, cujo contingente bateu recorde em junho deste ano.
Outros índices que retratam a confiança dos brasileiros em relação à economia também mostram que não há otimismo, segundo os dados da pesquisa do Datafolha.
A expectativa de inflação continua negativa: para 54% dos entrevistados, a taxa vai aumentar -resultado semelhante ao da última pesquisa, de junho, quando 52% previam uma piora.
A inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou uma alta de 4,48% em julho, considerando o acumulado de 12 meses.
A taxa, que vinha abaixo dos 3% desde julho de 2017, voltou a subir em junho deste ano, devido à paralisação dos caminhoneiros.
A evolução do poder de compra dos salários deverá ficar estável para 40% dos entrevistados.
Em relação à situação econômica do país, a perspectiva é também de continuidade para 41%. Aqueles que preveem uma piora no cenário somaram 31%, e, os que projetam uma melhora, 23%.
Quando a pergunta se direciona à situação econômica pessoal do entrevistado, o otimismo é um pouco maior: 38% preveem uma melhora, 44% acreditam que o cenário vai continuar como está e, 14%, que vai ficar pior.
Os mais pobres são os mais pessimistas. Entre aqueles que ganham até dois salários mínimos, são 17% os que preveem uma deterioração em sua situação pessoal, contra 10% entre os que ganham entre cinco e dez salários mínimos.
O ceticismo também cresce conforme aumenta a idade dos entrevistados. Para 46% dos jovens entre 16 e 24 anos de idade, a situação pessoal vai melhorar, contra uma taxa de 26% entre aqueles com mais de 60 anos. Com informações da Folhapress.