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O presidente dos Estados Unidos com dificuldade em manter a salvo em águas agitadas. Esta é a descrição da nova capa da revista TIME, que tem documentado a situação na Casa Branca de forma crítica, numa série que já conta com três ilustrações.
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A última ilustração mostra Donald Trump na Sala Oval, perdendo o controle sobre a tempestade que se abateu sobre si. A ideia tece um paralelismo com os últimos desenvolvimentos em torno de pessoas ligadas à sua administração - o seu antigo diretor de campanha, Paul Manafort, e o seu antigo advogado pessoal, Michael Cohen.
A capa já é a terceira numa série da autoria de Tim O’Brien. A primeira, vale lembrar, foi publicada em fevereiro de 2017 e marcava o primeiro mês de Donald Trump na presidência norte-americana com o título 'Nothing to see here' ('Não há nada para ver aqui').
A peça fazia referência ao suposto caos criado na Casa Branca com a entrada do republicano.
Uma publicação partilhada por TIME (@time) a 16 de Fev, 2017 às 6:15 PST
Em abril deste ano, porém, o artista revisitou a ilustração para acrescentar uma tempestade, uma referência a Stormy Daniels, a atriz pornográfica que teria mantido uma relação extraconjugal com Donald Trump e que alegou pagamento pelo seu silêncio (levados a cabo pelo advogado Michael Cohen). O nome Stormy, sublinhe-se, pode traduzir-se como 'tempestuoso' ou 'conturbado'.
Uma publicação partilhada por TIME (@time) a 12 de Abr, 2018 às 5:00 PDT
Esta semana, Tim O’Brien coloca Trump à deriva na tempestade, com aparentes dificuldades para manter-se à tona da água.
A leitura mais drástica da situação de Trump surge após a condenação de Manafort por oito crimes de evasão fiscal e fraude bancária. No mesmo dia, Michael Cohen, que era advogado pessoal de Trump, deu-se como culpado em cinco acusações de fraude fiscal, uma de fraude bancária e duas por violação das leis de financiamento das campanhas eleitorais.
As implicações deste veredicto estão muito além dos crimes financeiros de Manafort e ajudam a levantar o pano sobre a polêmica em torno da campanha de Donald Trump e as suas alegadas ligações ao Kremlin, sendo estes os primeiros resultados efetivos da investigação levada a cabo pelo procurador especial Robert Mueller sobre a eventual ingerência russa nas disputas presidenciais norte-americanas de 2016. Uma investigação que Trump apelida de "caça às bruxas".