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O presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Roberto Olinto, disse nesta quinta-feira (23), que o instituto terá recursos suficientes no orçamento do ano que vem para dar início à coleta de dados do Censo Demográfico de 2020.
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A próxima edição da principal pesquisa estatística do país, que prevê entrevistas em 70 milhões de domicílios em todos os municípios brasileiros, deve ser afetada por uma redução de recursos pelo Governo Federal no Orçamento de 2019.
O IBGE prevê um gasto total de R$ 3,4 bilhões com a pesquisa, que incluirá trabalhos que envolvem a contatação de cerca de 240 mil pessoas, entre técnicos e recenseadores, além de investimentos em tecnologia de coletas e processamento de dados.
O instituto solicitou ao Ministério do Planejamento a alocação de R$ 344 milhões no orçamento da União para o ano que vem para dar continuidade aos trabalhos do Censo, que começaram já neste ano.
O valor já havia sido "reprogramado" pelo IBGE para caber no orçamento do governo federal diante do quadro de escassez de recursos públicos. No último domingo, reportagem do jornal Estado de S.Paulo afirmou que há a possibilidade de a equipe econômica só liberar de fato a quantia de R$ 250 milhões.
Apesar disso, Olinto procurou nesta quinta-feira refutar a dúvida sobre se o instituto terá recursos suficientes para realizar a pesquisa no tamanho previsto. Ele disse que o Censo de 2020 não terá seu tamanho reduzido e nem será racionalizado.
Segundo o presidente do IBGE, as negociações com a equipe econômica do governo sobre a liberação de recursos para o Censo serão retomadas após o Executivo enviar ao Congresso a PLOA (Proposta de Lei Orçamentária Anual) de 2019. O prazo final para o envio da proposta é 31 de agosto.
Não é a primeira vez que uma pesquisa do IBGE sofre com a falta de recursos. O Censo Agropecuário teve seu tamanho reduzido e foi a campo com atraso no ano passado em razão de contingências orçamentárias.
À época do Censo Agropecuário e na tentativa de obter recursos para realizar a pesquisa, o então presidente do IBGE Paulo Rabello de Castro buscou apoio de parlamentares de bancadas no Congresso que tinham interesse pelos dados investigados na pesquisa.
Paulo Rabello conseguiu por meio de uma emenda parlamentar -mecanismo que impõe a despesa ao Executivo- R$ 505 milhões para a pesquisa.
Olinto disse nesta quinta-feira (23) que a estratégia poderá ser utilizada caso se esgotem as possibilidades de obter recursos do orçamento do governo federal.
Após deixar uma sessão do Fórum Nacional, evento sobre economia realizado no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), no centro do Rio, Olinto afirmou que há uma "bancada da geografia e estatística", referindo-se a parlamentares que poderiam eventualmente ter interessem em destinar emendas para compôr o orçamento do Censo de 2020.
Outros atores nacionais também teriam interesse na realização da pesquisa no tamanho inicialmente planejado. Em nota, na última segunda, o IBGE lembrou, por exemplo, que as estimativas populacionais do Censo servem de parâmetro para a destinação dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios. Com informações da Folhapress.