Mentor de Bolsonaro, Paulo Guedes quer privatização total de estatais

Em entrevista à GloboNews, nessa quinta-feira (23), economista falou sobre o que pensa ser a solução para as contas públicas do Brasil

© Sergio Moraes/Reuters

Economia entrevista 24/08/18 POR Notícias Ao Minuto

O candidato ao Planalto Jair Bolsonaro (PSL) costuma se esquivar de questões a respeito de economia. Sem cerimônia, o deputado admite que não domina o assunto e passa a palavra para o seu assessor econômico Paulo Guedes, a quem apelidou de "Posto Ipiranga", em referência ao comercial de TV.

PUB

Em entrevista à 'GloboNews', nessa quinta-feira (23), Guedes se disse favorável à privatização de “todas” as empresas estatais. Segundo ele, a venda de estatais seria uma estratégia para reduzir o endividamento público.

“Vocês todos elogiam quando a Petrobras vende um ativo para reduzir a dívida, todo mundo bate palma para o Pedro Parente. A União tem que vender ativo. A Petrobras vende refinaria. E o governo pode vender a Petrobras, por que não?”

Quando questionado se as privatizações passariam no Congresso, Guedes se diz otimista. "Eu acho que o Congresso aprova", disse ele. "Se os liberais democratas estiverem no governo, eles vão aprovar um plano de privatização", completou.

+ Bolsonaro: Estatuto da Criança e do Adolescente deve ser 'rasgado'

O economista ainda defendeu a venda de imóveis que pertencem à União. Segundo ele, são “700 mil imóveis”, como “o Ministério da Fazenda, que tem no Rio de Janeiro”.

Déficit público

Para Guedes, o rombo nas contas públicas é o resultado da combinação de três fatores: Previdência, gastos com juros e despesas com pessoal.

“É o que eu acho que tem que ser: um ataque frontal às despesas públicas, nos três fronts. Se isso não funcionar, digamos, dessa forma, na base do ‘junta aqui, ajuda aqui e ajuda ali’, aí é desvinculação de gastos. Aí você joga para a classe política o problema para resolver”, defendeu.

Previdência Social

O economista afirma que o modelo atual é uma bomba prestes a explodir e defende uma reforma radical:

“A Previdência brasileira está condenada. Ela está destruída. Antes de o Brasil envelhecer, ela quebrou. E ela tem pelo menos 5 ou 6 bombas-relógio dentro dela. A primeira, que todo mundo está falando, é a bomba demográfica, o tempo. (...) A segunda bomba mistura, bota junto, a assistência social com a Previdência. Então tem o cara que nunca contribuiu para Previdência, mas recebe uma assistência social, recebe um salário mínimo como se tivesse trabalhado a vida inteira. (...) Daí é que vem, lá no programa, o conceito de renda básica ou renda mínima que diz: ‘olha, se você não contribuiu...’ Nós não vamos deixar nenhum brasileiro em necessidade, mas espera aí. O mínimo é para quem trabalhou. (...) Aí tem a terceira bomba-relógio, essa é uma arma de destruição em massa de empregos, é um crime contra a população brasileira. A população economicamente ativa são 96 milhões de brasileiros. Para você ter 40 milhões com carteira assinada, você tem 56 sem carteira. Eles vão envelhecer, eles vão se aposentar e eles não contribuem. Isso é um crime, porque para dar um emprego para um, você deixa o outro desempregado, porque custa 2. Os encargos custam quase 100%. (...) Eu quero fazer a reforma paramétrica. Vamos parametrizar isso, vamos trabalhar isso aí, vamos ver como a gente torna isso mais republicano, faz essa convergência.”

Subsídios para agricultura

Braço-direito de Bolsonaro acredita que não deve haver subsídios para setores específicos:

“Se depender de mim, não pode haver subsídios para setores específicos, a não ser que muito bem fundamentados. Se falou assim: ‘faltou dinheiro no campo’. Não me parece ser o caso. (...) Aparentemente a agricultura é um negócio tão sério que ninguém pode encostar. Para mim, educação é seríssimo, para mim agricultura é seríssimo, para mim indústria é seríssimo, todo mundo é muito sério.”

Educação

Guedes defende que quem pode pagar pela educação, deve pagar. E quem não pode deve ter a possibilidade de escolher onde quer estudar, sem a necessidade de pagar pela mensalidade:

“Quem pode pagar deve pagar. Se está na universidade pública, privada, eu não sei, mas deve pagar. E quem não pode pagar deve ter o ‘voucher educação’ sim. O ‘voucher educação’ para o jovem, ele tem que ter o direito de escolher. Ele pode escolher uma escola pública, entra lá e não é cobrado, ou ele pode escolher uma escola privada. Lá, querem cobrar dele e ele entrega o ‘voucher educação’.”

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 8 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 8 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 22 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 8 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

fama Mal de parkinson Há 23 Horas

Famosos que sofrem da doença de Parkinson

fama Emergência Médica Há 9 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

tech Aplicativo Há 8 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

brasil Tragédia Há 8 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

fama Condenados Há 16 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

justica Minas Gerais Há 7 Horas

Motociclista tenta fugir de blitz e leva paulada de policiais; vídeo