© REUTERS
A diretoria do Internacional veio a público nesta sexta-feira para falar sobre a situação do atacante Paolo Guerrero. Um dia após a Justiça suíça derrubar o efeito suspensivo que permitia que o peruano atuasse nos últimos meses, o presidente do clube, Marcelo Medeiros, o vice-presidente de futebol, Roberto Melo, e o diretor executivo, Rodrigo Caetano, concederam entrevista coletiva e garantiram que não foram surpreendidos com o novo afastamento do jogador.
PUB
"Queria dizer uma novidade para muitos: não fomos pegos de surpresa. Pensávamos que ele precisaria cumprir a pena após a Copa, nos surpreendeu quando ele conseguiu jogar. Não houve surpresa, sabíamos. Tanto que nos asseguramos de todas as maneiras. Podia ser agora, mês que vem, dezembro, ano que vem. Ano que vem, se estivéssemos jogando a Libertadores e ele precisasse cumprir a pena, talvez fosse um prejuízo ainda maior. Fizemos a contratação por ser o atleta que é", disse Medeiros.
Flagrado em exame antidoping ainda no fim do ano passado, Guerrero é protagonista de um longo imbróglio que parecia ter final feliz para ele quando a Justiça suíça concedeu efeito suspensivo às vésperas da Copa do Mundo e o liberou para jogar na Rússia. Depois do torneio, o peruano foi contratado pelo Inter e recuperava a melhor forma física. O jogador estaria à disposição do técnico Odair Hellmann diante do Palmeiras neste domingo, mas a nova decisão dos tribunais suíços o impedirá de estrear.
Agora, Guerrero terá mais oito meses de suspensão a cumprir antes de estrear pelo Inter, afinal, de acordo com o sistema legal da Suíça, não cabem mais recursos à decisão. Diante deste cenário, o clube gaúcho foi bastante questionado sobre a contratação do jogador, até pelos valores gastos. Mas Medeiros garantiu que o time colorado não terá prejuízo neste caso.
"Noticiaram que o Guerrero já havia recebido diversos valores pela vinda ao Inter. Isso não é verdade. Ele não recebeu um Real sequer, de quem quer que seja, para assinar com o Inter. Quero dizer ao nosso torcedor que o contrato do Guerrero foi feito dentro das possibilidades do Inter. Foi contratado com responsabilidade. No momento que fosse cassada a liminar, a relação contratual permaneceria, mas o pagamento ficaria suspenso por não cumprir serviço", explicou.
Marcelo Medeiros entoou as palavras do dirigente e também garantiu que o Inter estava preparado para a possível perda de Guerrero, mas fez questão de mostrar apoio ao jogador, disse confiar em sua inocência e prometeu disponibilizar as ferramentas necessárias para que ele se defenda.
"Quero deixar muito claro que todos nós do Inter - a direção, em especial, através do conselho de gestão - acreditamos na inocência do atleta Paolo Guerrero. Daremos todo o suporte para ele voltar a jogar futebol o quanto antes. Longe do que foi veiculado ontem, este assunto não está encerrado. A suspensão da liminar não encerra o processo", afirmou.
Rodrigo Caetano foi outro que saiu em defesa de Guerrero e lembrou da convivência com o atacante nos tempos de Flamengo para ressaltar seu profissionalismo. "Eu convivi com ele por quase três anos. Sempre foi um exemplo. Não tem qualquer tipo de vício e tem um cuidado absurdo com a sua condição física", comentou. "Ele luta para que a verdade apareça e que a pena seja modificado. Esta é uma das estratégias. Ele busca seus direitos."