© REUTERS/Matthias Rietschel
Ao menos 20 pessoas ficaram feridas em confrontos durante uma manifestação neonazista em Chemnitz, no estado da Saxônia, leste da Alemanha, na noite da última segunda-feira (27).
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O ato teve o apoio do partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AFD), maior força de oposição no Parlamento, e foi motivado pela morte de um alemão de 35 anos durante uma briga com um sírio e um iraquiano.
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Entre os 20 feridos estão nove militantes neonazistas, nove contramanifestantes de esquerda e dois policiais. Segundo as autoridades locais, o ato reuniu 6 mil partidários da extrema direita e mil esquerdistas.
A polícia esperava um protesto com apenas 1,5 mil pessoas, mas sua difusão nas redes sociais quadriplicou o número de manifestantes. "Aquilo que vimos não tem lugar em um Estado de direito", afirmou a chanceler Angela Merkel, ao comentar os tumultos no protesto neonazista.
Em seu perfil no Twitter, um deputado do AFD, Markus Frohnmaier, expressou o apoio do partido à manifestação. "Se o Estado não pode proteger seus cidadãos, os cidadãos saem às ruas para se proteger. Muito fácil", disse.
Por sua vez, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, afirmou que na Alemanha não há espaço para a "justiça com as próprias mãos" e para "grupos que vão às ruas espalhar ódio, intolerância e extremismo".
A política de portas abertas para refugiados custou popularidade a Merkel e sedimentou o avanço da extrema direita, que alcançou um resultado histórico nas eleições federais de 2017, com 12,6% dos votos.
Segundo as Nações Unidas, a Alemanha abriga cerca de 1,4 milhão de refugiados e solicitantes de refúgio, maior número absoluto na União Europeia e o quinto maior em termos proporcionais. (ANSA)