© Peter Nicholls/Reuters
O ministro do Brexit, Dominic Raab, admitiu, nesta quarta-feira (29), que o Reino Unido e a União Europeia podem não conseguir cumprir o prazo que definiram para concluir um acordo de divórcio até outubro. O mês continua sendo o objetivo das duas partes, mas há uma "possibilidade de se arrastar para além disso", disse o ministro a uma comissão na Câmara dos Lordes. Tanto para o Reino Unido quanto para a UE "há alguma margem de manobra", disse.
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O prazo foi definido para permitir que o acordo seja aprovado no Conselho Europeu previsto para 18 e 19 de outubro, a tempo de ser ratificado pelos parlamentos de todos os Estados-membros antes da data formal da saída do Reino Unido da UE, 29 de março de 2019.
As negociações estão em impasse devido a divergências no executivo britânico por causa da incerteza de como será a relação econômica e comercial com a UE.
Uma proposta de acordo anunciada pela primeira-ministra, Theresa May, em julho, recomenda uma "área de comércio livre de bens" entre o Reino Unido e a UE após o Brexit.
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Essa proposta é contestada pelos que, dentro do executivo britânico, defendem um "hard Brexit", que implica a saída de todos os mecanismos europeus e permite a negociação de acordos de comércio livre com países terceiros.
A proposta também não foi bem recebida pelos líderes europeus, que recusam que Londres seja beneficiado com as vantagens de pertencer à União sem as desvantagens, o chamado "cherry picking", expressão que significa apanhar cerejas e, em sentido figurado, escolher o que agrada mais.
Fronteira irlandesa
Sem solução continua também a delicada questão da fronteira irlandesa e a necessidade de evitar uma fronteira física entre a Irlanda do Norte, território britânico, e a República da Irlanda, Estado-membro da UE.
Raab disse que 80% do acordo estão negociados e pediu para a UE "mostrar ambição, pragmatismo e energia" nas negociações. "Mantenho a confiança de que um acordo está ao nosso alcance", disse. Com informações da Lusa.