© Caren Firouz/Reuters
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (29) que o país está pronto para abandonar o acordo nuclear, firmado com potências mundiais em 2015, se Teerã chegar à conclusão de que ele não favorece os interesses nacionais.
PUB
A declaração foi dada durante audiência no gabinete presidencial com Hasan Rohani, chefe do Poder Executivo do país. Khamenei ainda afirmou que a república islâmica não negociará com os Estados Unidos. "Que negociações podemos ter com as indecentes autoridades dos Estados Unidos que publicamente ameaçam o Irã? Não haverá negociações em nenhum nível eles", afirmou o líder religioso.
Em julho, o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou em sua conta no Twitter que o Irã "jamais ameace os Estados Unidos ou sofrerá consequências", em resposta a uma declaração anterior de Khamenei, que afirmou que um conflito com o Irã seria a "mãe de todas as guerras".
+ Trump anuncia saída de conselheiro jurídico da Casa Branca
"Não há problema em continuar as negociações com os europeus mas, ao mesmo tempo, não devemos ter esperança neles em questões como a do acordo nuclear ou do renascimento da economia iraniana", acrescentou o líder supremo, referindo-se à postura dos países europeus frente às sanções econômicas aplicadas por Washington desde o começo do mês.
"Eles devem saber que toda ação tomada por eles resultará em uma reação apropriada de Teerã", concluiu Khamenei. O Irã é governado por um regime teocrático, em que o presidente, Hasan Rohani, é subordinado a um líder religioso, Ali Khamenei. O acordo nuclear com o Irã, chamado de "Plano de Ação Conjunto Global" (JCPOA, na sigla em inglês), estabelecia limites para o enriquecimento de urânio no Irã e tinha sido assinado em 2015 com o apoio do governo do ex-presidente norte-americano Barack Obama.
Desde que tomou posse, o presidente norte-americano, Donald Trump, alega que o acordo foi um dos maiores "erros" da história. Além dos EUA, países como Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha firmaram o acordo e lamentaram a saída de Washington. (ANSA)