Paper Excellence entra na Justiça contra a família Batista por Eldorado

Liberação das garantias estão no centro do conflito entre os Widjaja e os irmãos Wesley e Joesley

© Divulgação

Economia Irmãos 30/08/18 POR Folhapress

A Paper Excellence entrou na Justiça contra a  J&F  -holding controladora dos negócios da família Batista-  pedindo uma liminar para concluir a compra da fabricante de celulose Eldorado até a próxima segunda-feira, dia 3 de setembro, quando expira o contrato assinado entre as duas partes.

PUB

A ação foi ajuizada em uma das varas empresariais de São Paulo duas semanas atrás.

Sócia da Eldorado com 49% de participação, a Paper Excellence solicitou ao juiz autorização para fazer um aporte de cerca R$ 6,8 bilhões na Eldorado, recursos que utilizaria para pagar antecipadamente boa parte das dívidas da empresa, liberando assim as garantias oferecidas pelos Batista e conseguindo finalizar o negócio.

+ Famílias Batista e Widjaja disputam controle da Eldorado

A liberação das garantias -que entre avais pessoais e ações do frigorífico JBS ultrapassam R$ 8 bilhões- estão no centro do conflito entre a Paper Excellence, que pertence à família indonésia Widjaja, e a J&F, que possui 51% da Eldorado.

No dia 2 de setembro do ano passado, ainda sob o impacto da crise de confiança instalada pela delação premiada dos Batista, a J&F anunciou a venda da Eldorado para a Paper Excellence por R$ 15 bilhões, incluindo as dívidas da empresa. Na época, vendeu também a fabricante de calçados Alpargatas e o laticínio Vigor.

O negócio da Eldorado, no entanto, seria concluído em etapas. Os Widijaja compraram de saída 13% da empresa de celulose, e, poucos meses depois, elevaram sua participação para 49%, adquirindo, inclusive, as participações dos fundos de pensão Petros e Funcef, que também eram sócios da Eldorado.

Pelas regras estabelecidas no contrato, a Paper Excellence teria um ano para levantar o financiamento bancário necessário para comprar o restante da empresa, renegociando a dívida com os bancos e liberando as garantias oferecidas pelos Batista antes da conclusão do negócio.

O prazo está se aproximando do fim e, desde o fim de junho, as relações entre comprador e vendedor azedaram, depois que o China Development Bank, que financiaria o negócio, desistiu. Alguns bancos credores, principalmente o BNDES, ficaram receosos e decidiram exercer seu direito de receber adiantado se houver troca de controlador. Entre os principais credores da Eldorado, estão o BNDES, com R$ 2,7 bilhões, e o FI-FGTS, com R$ 940 milhões.

Para fazer o pagamento antecipado das dívidas, a Paper Excellence quer fazer um aporte na Eldorado antes da conclusão do negócio. A companhia informou à J&F que já tem todo o dinheiro necessário para concluir a operação -os R$ 6,8 bilhões para pagar a dívida mais R$ 4,2 bilhões devidos aos Batista por suas ações- depositado numa conta no BTG, banco que a assessora no negócio.

Nos bastidores, pessoas próximas a Paper Excellence acusam os Batista de estarem dificultando o processo e forçando o contrato a expirar para renegociar o preço. Desde que o contrato foi selado, a cotação da celulose subiu mais de 40% e o dólar também avançou, favorecendo a Eldorado, que exporta boa parte da sua produção.

Assessores da J&F dizem, no entanto, que o aporte na Eldorado não é viável antes do fechamento do negócio. Segundo essas fontes, se o dinheiro entrar como capital, os Batista seriam diluídos, e, se entrar como dívida, atrapalharia todo o fluxo de pagamentos da Eldorado, tornando os Widijaja o maior credor da empresa.

Eles acreditam que a J&F correria um grande risco caso houvesse algum problema e suas garantias não fossem liberadas depois. Por isso, insistem para que a Paper Excellence ofereça aos bancos fianças bancárias ou outros instrumentos financeiros a fim de liberar os avais da J&F.

A decisão da Justiça sobre a liminar solicitada pela Paper Excellence é aguardada para os próximos dias. A Paper Excellence optou neste momento pela Justiça comum, porque a instalação de um tribunal arbitral privado demora pode demorar até quatro meses. É provável, no entanto, que o processo seja substituído pela arbitragem se nada for resolvido até a próxima segunda-feira.Procuradas, a J&F e a Paper Excellence não comentaram o assunto, alegando segredo de Justiça. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 19 Horas

Morre o cantor Agnaldo Rayol, aos 86 anos

esporte Peru Há 22 Horas

Tragédia no Peru: relâmpago mata jogador e fere quatro durante jogo

mundo Loteria Há 22 Horas

Homem fica milionário depois de se esquecer do almoço em casa: "Surpreso"

fama Televisão Há 20 Horas

'Pensava que ia me aposentar lá', diz Cléber Machado sobre demissão da Globo

politica Tensão Há 22 Horas

Marçal manda Bolsonaro 'cuidar da vida' e diz que o 'pau vai quebrar' se críticas continuarem

lifestyle Alívio Há 22 Horas

Três chás que evitam gases e melhoram a digestão

fama Luto Há 22 Horas

Morre o lendário produtor musical Quincy Jones, aos 91 anos

fama Saúde Há 21 Horas

James van der Beek, de 'Dawson's Creek', afirma estar com câncer colorretal

tech WhatsApp Há 22 Horas

WhatsApp recebe novidade que vai mudar forma como usa o aplicativo

mundo Catástrofe Há 21 Horas

Sobe para 10 o número de mortos após erupção de vulcão na Indonésia