© Rovena Rosa/Agência Brasil 
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), disse que não assistiu à entrevista de Geraldo Alckmin (PSDB) ao Jornal Nacional na noite de quarta-feira (29).
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No entanto, partilha de uma mesma opinião de seu antecessor no Palácio dos Bandeirantes: facções criminosas não exercem comando de dentro das prisões do estado, disse o pessebista nesta quinta-feira (30).
"Se ele [o sistema prisional] fosse controlado por facções, eles iam liberar todo mundo. Eles iam ficar lá presos pra quê?", indagou França, que participou de uma reunião com servidores públicos na Associação dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo.
Instantes depois, ele reiterou: "Não me parece que o PCC tenha controle dos presídios, senão eles abririam os presídios. Eles vão ficar lá dentro pra quê?".
Ao Jornal Nacional, Alckmin respondeu aos entrevistadores que a maior facção criminosa do Brasil, o PCC, não opera de dentro das cadeias. "É inacreditável alguém dizer que 10 mil pessoas deixam de ser mortas por ano e que a culpa disso, ou melhor, a proposta disso é o crime que fez. Ele não, é a polícia que fez", disse o presidenciável.
O governador, candidato à reeleição, afirmou que o sistema prisional de São Paulo tem 230 mil presos, "um sistema grande, enorme". E que, caso vença as eleições, incentivará ações como o alistamento civil de jovens, uma de suas vitrines, como proposta para reduzir os índices de criminalidade e encarceramento no estado.
Para França, relacionar a redução da criminalidade com o domínio de uma facção criminosa como o PCC é "uma coisa desconectada".
"Tem muito a ver com a capacidade da polícia, com o nosso esforço e de todo mundo", disse o governador. Ele afirmou que se as condições econômicas no país melhorarem, haverá menos criminalidade.
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Em discurso aos funcionários públicos, França defendeu a categoria e assinou sua ficha de refiliação à associação da classe.
Questionado sobre como o governo de São Paulo deveria se posicionar em relação à migração de venezuelanos para o Brasil, respondeu: "Temos que ter 100% de solidariedade às pessoas que são refugiadas. As pessoas não saem de seus países porque querem. Temos o dever humanitário de ajudar essas pessoas".
"Tudo o que estiver ao alcance de São Paulo, enquanto eu for governador, eu farei", disse.
Ele anunciou que o governo irá ampliar a assistência a imigrantes e refugiados a partir de 4 de setembro no Centro de Integração e Cidadania do Imigrante. Serão abertos 14 novos serviços: atendimento de saúde e psicológico, vagas de empregos, defensoria, cursos de idiomas e 106 vagas para cursos profissionalizantes.
Será uma parceria entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e assessoria internacional do governo. Com informações da Folhapress.