© Ivan Storti/Santos FC
O clima segue quente entre o técnico Cuca e o presidente José Carlos Peres. O treinador negou que tenha se retratado das críticas em relação a falta de profissionalismo no clube, como disse o dirigente em entrevista na Federação Paulista de Futebol (FPF) na última quinta-feira (30).
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Cuca, inclusive, deixou claro que não vai e nem precisa pedir desculpas sobre o desabafo que fez após a eliminação do Santos na Copa Libertadores da América. Vale lembrar que o time foi eliminado por escalar o volante Carlos Sánchez de forma irregular contra o Independente, na Argentina.
"Eu não fiz críticas, fui perguntado por um colega de vocês sobre o tema. Se faltava (profissionalismo). Disse que faltava e poderia melhorar e muito. Não tenho que pedir desculpas de nada se é sentimento meu. Tenho que tentar melhorar o clube que trabalho em todas as partes, principalmente em campo. Conversei com o presidente hoje (sexta-feira) pela manhã, não quis ofender ninguém. É um sentimento que tenho de melhorar. Não é crítica a A, B ou C. Eu também sou profissional e devo melhorar", afirmou Cuca.
"Não pedi desculpa. [Faria] Se precisasse, assim como [fiz] com a Polícia Militar, que realmente errei. Quero cuidar do campo, ele está certíssimo no que diz. Vou cuidar da parte técnica", disse.
Cuca também confirmou que o CT Rei Pelé precisa de melhoras. O treinador lembrou que o técnico Vanderlei Luxemburgo ajudou bastante na construção do CT e que cabe a ele, como profissional, colaborar na melhora do local.
Após o desabafo de Cuca na última terça-feira, atletas e profissionais revelaram diversos problemas de estrutura e profissionalismo no CT Rei Pelé.
"Cabe a mim, sou profissional da área, tenho experiência. Não é só no campo. Esse CT teve muita ajuda do Luxemburgo quando foi feito. E não foi de valia? Não é só dentro de campo. Vou ajudar de forma interna. Só respondi a uma pergunta de um colega", disse Cuca.
Cuca fez questão de dizer que só conversou com Peres na manhã desta sexta-feira. Vale lembrar que o Santos cancelou uma coletiva conjunta entre o presidente e o treinador anunciada para a última quarta-feira. A assessoria alegou que o mandatário ficou "preso" no trânsito, mas há quem diga que o técnico não quis falar.
Peres, por sua vez, tentou colocar "panos quentes" na confusão em entrevista na Federação Paulista de Futebol. "Toda crítica construtiva é benéfica, eu concordo que o clube precisa se profissionalizar. Isso custa caro, custa impeachment, custa tudo. Quem está sendo prejudicado corre atrás. O único beneficiado na gestão é o Santos", comentou o dirigente.
"Não podem negar minha lisura, não há dolo, empresários mandavam no clube. Ganharam muito dinheiro, alguns R$ 27 milhões direta ou indiretamente. Nosso medo é que chegue no técnico, mas acho que não é isso que aconteceu. Estava nervoso, reconheceu o erro. Ricardo Gomes deu entrevista na mesma linha. Há coisas que se falam publicamente e coisas no privado. Vou captar isso para melhorar. Gosto de ser afrontado. Bom gestor tem que ser afrontado. Me chama a quatro paredes, diz que está errado e eu vou explicar ou concordar. Tenho humildade", completou Peres. Com informações da Folhapress.