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O ex-ministro da Igualdade Racial, Eloi Ferreira, ficou um pouco frustrado com o fato de a escritora mineira Conceição Evaristo não ter conquistado uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Ela, que é negra, disputou o lugar que foi de Nelson Pereira dos Santos, morto em abril, mas a “imortalidade” na ABL ficou com o cineasta alagoano Cacá Diegues, que recebeu a maioria dos votos.
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Em entrevista à colunista Marina Caruso, do jornal “O Globo”, Eloi opinou acerca da não eleição de Conceição Evaristo.
“A invisibilidade da comunidade negra promove a sua inviabilidade. Conceição Evaristo, por mais brilhante que seja, é invisível aos olhos da elite intelectual branca”, disse o ex-ministro, que sonhar ver negros ocupando cadeiras na ABL.
“A ABL é um centro de homens brancos. As honrosas exceções de gênero e do único negro membro Domício Proença só confirmam a regra. É imprescindível que a Casa se abra a autores negros e negras”, afirmou Eloi, que foi ministro no governo Lula.
Vale ressaltar que, por outro lado, Eloi reconheceu o merecimento de Cacá Diegues. “É um dos mais brilhantes intelectuais da atualidade. A ABL ganha com sua presença”, concluiu.