Exportações brasileiras crescem com guerra comercial entre China e EUA

Levantamento mostra que, de janeiro a julho, aumentaram as vendas para esses países de produtos como siderúrgicos, proteína animal e soja

© PixaBay

Economia Positivo 03/09/18 POR Estadao Conteudo

Apesar do pessimismo generalizado em relação à guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, as barreiras impostas de um lado a outro contribuíram para aumentar as exportações brasileiras para os dois países em alguns setores.

PUB

Levantamento feito pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic) a pedido do Estadão/Broadcast, mostra que, de janeiro a julho, aumentaram as vendas para esses países de produtos como siderúrgicos, proteína animal e soja. Os setores atribuem o crescimento das exportações, em parte, à imposição de barreiras comerciais entre americanos e chineses.

Em retaliação às sobretaxas impostas pelos americanos, a China também aumentou as tarifas de importação de produtos dos EUA, o que trouxe um efeito colateral positivo para a venda de produtos brasileiros para aquele mercado. Com isso, de janeiro a julho, houve alta de 18% na venda de soja para a China, o que já é visto como um sinal de que o Brasil pode ocupar o espaço dos EUA no fornecimento do grão ao país asiático. A venda de carne de porco aumentou 199% para a China nesse período.

+ Semana começa com 700 vagas abertas em 17 novos concursos públicos

Já a exportação de siderúrgicos subiu 38% no período para os EUA, passando de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,8 bilhão. Em volume, as vendas crescem 14,2% no ano, acima do patamar de alta permitido pelos americanos para este ano.

Em maio, os EUA estabeleceram tarifas de 25% para a importação de aço de países como China e União Europeia. O Brasil ficou fora da sobretaxa, mas foi estabelecida uma cota anual com base na média das vendas do produto brasileiro nos últimos três anos o que, na prática, permite uma alta de cerca de 7,0% sobre 2017.

Nesta semana, os EUA flexibilizaram mais uma vez as importações de aço brasileiro e permitiram que as empresas locais solicitem exclusões da cota de produtos que são insuficientes ou não são produzidos no país.

De acordo com o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, o aumento neste ano se deu pelo preço maior do produto e porque houve uma antecipação de embarques nos primeiros meses de 2018, antes das cotas terem sido estabelecidas.

Ele acredita que o montante vendido para os EUA convergirá para o total permitido ao longo do ano e prevê uma queda nas exportações totais de siderúrgicos para todo o mundo de 0,6% neste ano. "O mundo siderúrgico está de cabeça para baixo, com uma escalada monumental do protecionismo, por isso a previsão de queda", afirmou.

Oportunidades

A expectativa da indústria é que a guerra comercial abra oportunidades para a exportação, para os Estados Unidos, de produtos como automóveis, fertilizantes, resinas. Até julho, já houve aumento também nas vendas de químicos inorgânicos, veículos de carga, autopeças e máquinas e equipamentos. A avaliação de técnicos do governo, porém, é que ainda é cedo para atribuir essas altas apenas à guerra comercial.

Para a China, já houve alta também nas vendas de produtos como suco de laranja e frutas, e a expectativa de que a briga com os EUA leve ao aumento em produtos como arroz e veículos. Por outro lado, o minério de ferro, insumo da produção siderúrgica, recuou 4,6% para a China, justamente por causa do recuo da produção no país asiático em meio à escalada protecionista.

Segundo Ricardo Santin, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a guerra comercial contribuiu para quase triplicar a venda de suínos para a China, principalmente depois de a Rússia ter imposto embargo ao produto brasileiro. "A China é um mercado substituto e já vimos nos últimos meses um início do efeito do guerra comercial", afirmou.

Além disso, há uma oportunidade também para os exportadores de frango, já que o mercado chinês está fechado aos EUA por causa da influenza aviária e, com a disputa entre os dois países, ficará ainda mais improvável o fim desse embargo.

Para Sérgio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), as restrições impostas aos EUA pela China representam uma janela para que o produto brasileiro ganhe espaço cativo no mercado asiático. Segundo ele, a maior demanda pela soja brasileira representou um "prêmio" sobre o preço do produto de US$ 2 por tonelada acima do preço usual. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 16 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

mundo EUA Há 20 Horas

Professora que engravidou de aluno de 12 anos é condenada

fama GUSTTAVO-LIMA Há 22 Horas

Gusttavo Lima é hospitalizado, cancela show no festival Villa Mix e fãs se revoltam

fama WILLIAM-BONNER Há 19 Horas

William Bonner quebra o braço e fica de fora do Jornal Nacional no fim do ano

brasil BR-116 Há 21 Horas

Acidente com ônibus, carreta e carro deixa 38 mortos em Minas Gerais

fama Pedro Leonardo Há 21 Horas

Por onde anda Pedro, filho do cantor Leonardo

lifestyle Smartphone Há 20 Horas

Problemas de saúde que estão sendo causados pelo uso do celular

esporte FUTEBOL-RIVER PLATE Há 20 Horas

Quatro jogadoras do River Plate são presas em flagrante por racismo

fama Vanessa Carvalho Há 20 Horas

Influenciadora se pronuncia após ser acusada de trair marido tetraplégico

mundo Síria Há 22 Horas

'Villa' luxuosa escondia fábrica da 'cocaína dos pobres' ligada a Assad