© Jim Bourg/Reuters
Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira audiência de confirmação do juiz conservador Brett Kavanaugh para a Suprema Corte dos EUA, em meio a protestos de ativistas e tentativas de adiamento do processo por parte de democratas.
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A sessão nesta terça-feira (4) foi logo interrompida por senadores democratas, que alegaram não ter tido tempo de analisar as mais de 42 mil páginas de documentos sobre a época em que Kavanaugh trabalhou no governo Bush, liberados poucas horas antes.
Na última semana, o governo Trump impediu o acesso dos senadores a mais de 100 mil páginas de registros.
"Uma revisão completa dos documentos não levará mais do que alguns dias, é injusto com o povo americano", disse Dick Durbin (Illinois), lembrando que a nomeação de Merrick Garland, indicado por Obama em 2016, expirou após o Senado arrastar o processo por quase um ano.
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Chuck Grassley, presidente do Comitê Judiciário, negou os pedidos para adiamento e disse que as tentativas de obstrução "não são justas para o processo constitucional."
Manifestantes contrárias a Kavanaugh foram retirados do plenário por policiais. A maioria fazia parte da ONG Code Pink. "Defendemos os direitos reprodutivos" e "Por favor, vote 'não'" foram algumas das frases que bradaram.
Os democratas focaram em questões como o Roe v. Wade, caso que legalizou o aborto em 1973, porte de armas, casamento entre pessoas do mesmo sexo e o Obamacare.
Trump também dominou os discursos. O senador Patrick Leahy (Vermont) questionou Kavanaugh sobre a sua posição de que o presidente não deveria ser investigado durante o mandato.
Trump escreveu em rede social que as audiências mostram o quão "cruel, raivoso e desprezível o outro lado é", referindo-se aos democratas.
Kavanaugh disse que sua filosofia é de que um juiz deve ser independente. "Devemos interpretar a lei, não fazer a lei", afirmou. Ele passará por mais dois dias de sabatina e sua aprovação é bastante provável. Com informações da Folhapress.